Biodiesel não vai competir com o petróleo, mas ajudar, diz Lula
O presidente Luiz inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (20), durante a inauguração da 2ª usina de biodiesel da Petrobras, em Quixadá (CE), que o biocombustível "não vai competir com o petróleo, mas sim ajudar".
Lula também voltou a rebater as críticas de que a produção de biocombustíveis compete com a de alimentos. "Não podemos aceitar que apontem os dedos cheios de óleo para o Brasil, que quer produzir um combustível limpo e renovável", disse.
"É totalmente compatível termos uma grande política de biocombustíveis e termos uma grande política de produção de alimentos", afirmou Lula, destacando que ninguém vai deixar de produzir alimentos por causa dos biocombustíveis.
"Se alguém deixar de plantar um alimento e dedicar toda sua terra para plantar coisas para o biodiesel, está cometendo erro. É preciso que utilize uma parte da terra para isso e a outra para produzir alimento ou para criar um gadinho, uma cabra ou coisa parecida", disse.
Lula destacou ainda que o programa do biodiesel "é a grande oportunidade que nós temos de desenvolver uma parte desse país que há 300 anos é conhecida com a parte mais miserável desse país, que é o semi-árido nordestino".
Segundo o governo, a unidade de Quixadá, da Petrobras Biocombustível, terá capacidade para produzir 57 milhões de litros de biodiesel por ano, a exemplo da primeira usina inaugurada em Candeias (BA) no mês passado.
A usina pode utilizar matéria-prima de origem vegetal (mamona, girassol, soja, algodão, entre outros), animal (sebo bovino, suíno ou de frango), além de óleos e gorduras residuais usados em fritura de alimentos.
De acordo com o governo, 8,5 mil agricultores que plantam mamona e girassol em 161 municípios cearenses e 759 agricultores de 32 municípios do Rio Grande do Norte que cultivam girassol vão suprir de matéria-prima a usina de Quixadá.