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Assembleia para destituir conselho da Agrenco ocorre em 20 de setembro


Valor Econômico - 29 jul 2010 - 12:08 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:13

A Agrenco Limited marcou para 20 de setembro a assembleia para a destituição de seu conselho de administração, solicitada pela controladora, Agrenco Holding.

Além da convocar a assembleia, a Limited, que está em recuperação judicial, informou que, em função dos "possíveis impactos da mudança da governança corporativa da companhia", que deverão acontecer após a assembleia, a proposta feita pela parceira Glencore para o funcionamento da unidade de Caarapó está sendo revisada.

Informa ainda que contatos mantidos com uma instituição financeira foram suspensos pela mesma razão. E conclui dizendo que a postergação da definição de fontes de recursos para seu capital de giro coloca em risco a participação da companhia no próximo leilão de biodiesel, além de postergar o início das operações de sua maior fábrica, de Alto Araguaia.

A holding tem como principais acionistas três executivos da Agrenco que foram presos em junho de 2008, sob suspeitas de crimes que iam de sonegação fiscal a fraude de balanço. São eles Antonio Iafelice; além de Antônio Augusto Pires Júnior e Francisco Ramos. Até o momento, as denúncias contra eles não foram comprovadas. Meses depois do episódio, a companhia entrou em recuperação.

A advogada Lucia Figueiredo, que representa a holding, questiona a participação da Íntegra Consultoria no processo de recuperação judicial. Ela identifica um conflito de interesses no fato de a consultoria ter feito o plano de recuperação judicial, ser hoje contratada pelos credores para acompanhar o processo e ter um assento no conselho, na presença de Nelson Bastos, sócio da Íntegra.

Por essa razão, a holding deseja destituir o conselho. No entanto, o plano de recuperação aprovado pelos credores e homologado pela Justiça no Brasil estabelece que qualquer mudança no conselho ou na gestão da companhia em recuperação tem que ser aprovada pelos credores. Em entrevista recente ao Valor, Bastos afirmou que caso os credores não concordassem com o novo conselho, existiria a possibilidade de abrirem mão da recuperação da companhia e decretar a falência da empresa, ou seja, vender os ativos e fazer os pagamentos aos credores com o valor arrecadado.

A Agrenco examinava proposta da Glencore de assumir a unidade de Caarapó e repassar 50% do resultado que obtiver para os credores da Agrenco ou o valor mínimo de US$ 3 milhões anuais. A entrada em operação de Caarapó, que responde por um terço da capacidade da Agrenco , liberaria também os recursos necessários para o funcionamento de Alto Araguaia.

Lucia diz que a proposta que vai significar a perda de US$ 195 milhões em termos de resultado operacional (lajida) em 5 anos, além da depreciação dos ativos, o que não ocorreria se a fábrica fosse colocada em funcionamento em nome da Agrenco. Segundo ela, a holding solicitou aos credores um sinal verde e tempo para que consiga o financiamento necessário, com algumas instituições que estariam interessadas na operação, como uma solução alternativa.

Ana Paula Ragazzi

Tags: Agrenco