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Diesel renovável

Amyris quer competir com biodiesel de soja no Brasil


Folha de S. Paulo - 16 fev 2012 - 06:39 - Última atualização em: 27 fev 2012 - 00:05

Uma empresa com sede no no Vale do Silício, na Califórnia (costa oeste dos EUA), e com o quadro de funcionários formado por cientistas viu na busca de novos usos para a cana uma oportunidade de negócios.

Nasceu como uma empresa sem fins lucrativos para criar enzima usada na produção de um remédio contra a malária e, dessa forma, tornar mais barato o acesso ao medicamento.

Hoje, trabalha em parceria com os maiores grupos sucroalcooleiros do país para produzir farneseno.

Trata-se de uma molécula (hidrocarboneto) que pode substituir diversas substâncias não renováveis ou pouco sustentáveis em diferentes processos produtivos -é o caso do petróleo.

O farneseno pode, então, produzir diesel de origem vegetal e lubrificantes. A substância também pode ser usada na fabricação de garrafas PET, cosméticos, perfumes e pneus, entre outros usos.

Hoje a Amyris produz o farneseno em uma fábrica alugada da Biomin, do setor nutrição animal, em Piracicaba (SP). Vende o produto para indústrias de combustíveis e cosméticos.

O DESAFIO DO CUSTO
O alto custo para a produção dos produtos sustentáveis, no entanto, ainda é um grande desafio. Por isso, a empresa precisa de escala.

Neste momento, constrói duas unidades próprias -uma delas por meio da joint venture formada com a São Martinho, em Pradópolis, e outra em Brotas, ambas em São Paulo. Os investimentos somam R$ 270 milhões.

Segundo Paulo Diniz, presidente da Amyris Brasil, a operação em plantas próprias, prevista para o segundo semestre de 2012, vai reduzir os custos e ajudar a empresa a oferecer um produto mais competitivo.

"Nosso planejamento é oferecer o diesel de cana com um custo ligeiramente abaixo do de biodiesel (de soja). Mas, hoje, ainda não está perto do que consideramos competitivo", afirma.

Segundo ele, só o preço do farneseno para a produção do diesel de cana é de, em média, US$ 1 por litro (R$ 1,72).

Para lucrar mais, a ideia é estar diretamente envolvida na operação.

"O nosso negócio não é receber royalties. Queremos operar por considerar esse negócio mais sustentável no longo prazo", afirma Joel Velasco, vice-presidente sênior de relações externas da Amyris.

TATIANA FREITAS