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Biodiesel

Tungue, da fruta ao biodiesel


Zero Hora - 02 nov 2007 - 15:35 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Uma fruta originária da Ásia, plantada comercialmente em várias partes do mundo, poderá ganhar variedades adaptadas ao solo gaúcho. Há dois anos a Embrapa Clima Temperado de Pelotas pesquisa o tungue, que poderá ser utilizado na produção de biodiesel em especial na Serra.

O óleo do tungue, extraído das sementes, é o principal produto, e tem aceitação na indústria química, principalmente para a fabricação de impermeabilizantes, tintas e ainda de vernizes.

- As principais vantagens do tungue são a adaptação ao clima temperado gaúcho e o alto potencial de produção de óleo, que tem grande qualidade e rendimento - explica Sérgio Delmar dos Anjos e Silva, pesquisador de melhoramento e biotecnologia da Embrapa Clima Temperado.Tungue

Por safra, o tungue é capaz de produzir até três toneladas de óleo por hectare. Silva acredita que no prazo entre cinco anos e seis anos a fruta será um produto consolidado comercialmente, com a definição de cultivares registradas a partir destas pesquisas.

Hoje, as árvores de tungue ocupam apenas 40 hectares na Serra gaúcha. A meta é expandir também para a Serra do Sudeste. Como é uma espécie perene, as árvores têm vida produtiva superior a 30 anos.

Árvore de tungue
Árvore de tungue


- A aceitação na indústria vai depender da produção. Empresas já demonstram interesse. O avanço das pesquisas será na definição de cultivares comerciais - projeta o pesquisador.

A pesquisadora Beatriz Marti Emygdio, da Embrapa Clima Temperado, encontra na diversidade de alternativas oferecidas pelo Rio Grande do Sul o principal trunfo gaúcho no mercado de biocombustíveis. Não faltam opções, tanto para etanol quanto para biodiesel, o que livra o Estado da dependência de uma cultura específica.

Na produção de etanol, o carro-chefe é a cana-de-açúcar, mas há espaço para o sorgo sacarino, a mandioca e a batata doce. Na produção de biodiesel, apesar do protagonismo da soja, também aparecem a mamona, o tungue, o pinhão-manso, o girassol e a canola. A soja e a cana despontam porque já contam com cadeias produtivas estabelecidas.

- Essa diversidade de culturas evita a dependência e cria alternativas, principalmente nas épocas de entressafra - garante Beatriz.

Para saber mais sobre o tungue clique aqui.
BLOG: Tungue: O Pinhão Manso da Região Sul

EDUARDO CECCONI | Pelotas/Casa
Tags: Tungue