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Biodiesel

Presidente da ANP garante que Petrobras vai comprar mamona


Diário do Povo - PI - 28 ago 2008 - 05:22 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:07

O presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima garantiu ontem (27), durante solenidade no Karnak, que a Petrobras vai comprar todo o óleo de mamona produzido no Piauí, apesar da resolução da Agência determinando que a produção de biocombustível não seja feita somente a partir da mamona.

"Todo óleo de mamona produzido no Piauí será comprado, nós estamos necessitando de biodiesel, nós não estamos com excesso de biodiesel", disse.

Haroldo explicou que o programa P3 implantado pelo governo, determinando que seja usado três por cento de biodiesel no combustível nacional aumentou a demanda pelo produto. "O programa do biodiesel continua no país. Nós começamos com o programa B2, que seria dois por cento de biocombustível e a partir de 1º de julho o P3, três por cento no mínimo de biodiesel no combustível do país. Estamos enfrentando alguns desafios, a última regulação feita pela ANP, estabelecendo as especificações do biodiesel mostra que o biodiesel feito apenas pela mamona não satisfaz as especificações de viscosidade da ANP", explica.

A utilização da mamona no combustível passaria ainda por uma política do governo de ajuda a região do semi-árido, onde a oleaginosa é cultivada. "Isso não tem nenhuma anormalidade porque no setor de combustível o que existe é mistura, a própria gasolina é uma mistura, o que ficou posto é que biodiesel exclusivamente de mamona é inconveniente, não corresponde às especificações. Nós não tínhamos a mínima condição de abastecer o mercado com mamona exclusivamente", disse Haroldo.

No Piauí, a empresa Brasil Ecodiesel, instalada em Floriano desenvolve programa de beneficiamento da mamona.

MDA diz que não há restrições à biodiesel da mamona no PI

A pedido do deputado estadual e líder do governo na Assembléia Legislativa do Piauí, João de Deus, foi realizada uma audiência pública para discutir a produção de biodiesel a partir da mamona.

A solicitação foi motivada por conta da divulgação de possíveis restrições das novas especificações para o biodiesel exigidas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Foi veiculado que estas novas especificações poderiam desestimular a produção a partir do óleo de mamona: muito viscoso e com risco de entupir os bicos injetores dos motores, segundo a ANP. Para ser economicamente viável, o biodiesel de mamona precisará de aditivos, como os óleos de soja ou girassol, para ser utilizado nos tanques dos veículos.

Jânio Rosa, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário afirma que houve uma interpretação errada das novas especificações, que segundo o representante do MDA abre espaços para novas fontes de energia.

“Ao contrário do que foi divulgado, o governo não enterrou o programa da mamona, pelo contrário, continua incentivando o que nós fazemos é ampliar outras matrizes como o girassol, soja, canola e dendê”.

Redução prejudica Agricultura Familiar
O deputado João de Deus lembra que a opção pela mamona como matriz energética para produção de biodiesel visou fortalecer o Programa Nacional de Agricultura Família e uma redução no programa prejudicaria a quem apostou na idéia.

Apenas um parlamentar compareceu

Para a Audiência Pública todos os parlamentares foram convidados, porém apenas o deputado João de Deus compareceu. A reunião contou com a presença de representantes do Governo do Estado e entidades ligadas a área.

Magnus Régis - TV Canal 13