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Biodiesel

IAPAR apresenta pesquisas sobre biodiesel em seminário na SEAB


BiodieselBR - 26 mai 2008 - 09:32 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

O Zoneamento agroclimático para produção de biocombustíveis, por meio do amendoim, girassol, entre outros, é um dos destaques do Seminário do Biodiesel que acontece a partir de terça-feira (27) no auditório da Secretaria de Agricultura em Curitiba. O zoneamento agroclimático é um estudo essencial, porque define a melhor época de plantio das culturas em cada região do Estado, reduz o risco de perdas por eventos climáticos e possibilita ao produtor contratar crédito e seguro agrícolas.

O zoneamento da mamona também foi finalizado e se encontra em processo de autorização pelo Ministério da Agricultura. “Nessas três culturas, constatamos que os fatores mais importantes são os extremos de temperatura e, ainda, o excesso de umidade, porque está relacionado à ocorrência de doenças”, esclarece Paulo Henrique Caramori, especialista em agrometeorologia. Ele adianta que o zoneamento do nabo forrageiro e canola está em fase avançada e devem ser concluídos até o final do ano.

Paralelamente ao zoneamento, o Iapar também desenvolve pesquisas visando inserir o cultivo das espécies nos esquemas de produção já existentes no Estado (em geral, pautados no trio soja, milho e trigo). “A idéia é fazer da produção de oleaginosas para biodiesel uma nova opção de renda aos produtores, mas na forma de alternativas que não concorram com as espécies tradicionalmente plantadas, e sim complementando os sistemas de cada região”, explica o pesquisador Ruy Yamaoka.

“Vamos apresentar todo o trabalho que o Iapar vem realizando em apoio ao Programa Paranaense de Bioenergia”, explica Tiago Pellini, diretor científico adjunto da instituição. Ele conta que o enfoque dos trabalhos é o de utilizar as oleaginosas para diversificação de cultivos nas propriedades, sempre visando a viabilidade econômica, agronômica e ambiental dos sistemas de produção que predominam no Estado.

Outra preocupação do Iapar, segundo o diretor, é a construção do que ele denomina “rotas alternativas” para essas oleagiosas. Significa dar ao produtor a possibilidade “de não apenas entregar o óleo, mas também utilizar as tortas (resíduos que sobram após a prensagem ) para alimentação de rebanhos ou na adubação orgânica”, esclarece Tiago Pellini.

O estudo de prensas que permitam ao agricultor obter na propriedade – ou em associações de agricultores – seu próprio biocombustível, completa as linhas de pesquisa desenvolvidas pela instituição.

MATÉRIA PRIMA
O Iapar divide as plantas com potencial para produção de biodiesel em três grupos. No primeiro estão a soja e o algodão, cuja tecnologia de cultivo está definida e a cadeia de produção é consolidada no Paraná. O segundo abrange espécies em que ainda há necessidade de estudos, mas já com um bom conhecimento agronômico disponível, caso do amendoim, mamona, girassol, nabo forrageiro e canola.

Por fim, há as espécies recentemente introduzidas e aquelas em que há pouco conhecimento e muito a pesquisar, onde se enquadram o cártamo, linho, crambe, pinhão-manso e tungue.

PRENSAS
Na avaliação de prensas de pequeno porte para uso na propriedade, já foi possível concluir que as máquinas têm potencial para uso pelos agricultores familiares. Mas, conforme Paulo Figueiredo, pesquisador de engenharia agrícola do Iapar, são equipamentos que ainda carecem de estudos e melhorias para ganhar eficiência. Ele destaca a criatividade dos fabricantes que produzem essas máquinas na busca de atender a demanda.”É louvável o esforço desses pequenos industriais para dar resposta ao mercado”, conclui.

TORTAS
Como se sabe, além do óleo, sobram resíduos - a torta - após a prensagem dos grãos. A proposta do Iapar é que o produtor retenha esses produtos no estabelecimento e, com seu uso, diminua os custos de alimentação dos animais da propriedade.

No entanto, o resíduo de algumas espécies, como a mamona, apresenta toxidade e não é possível fornecê-lo aos animais. Nesses casos, o Iapar propõe que o produtor faça o aproveitamento como adubo orgânico, já que são ótimas fontes de nitrogênio, segundo o pesquisador Antônio Costa. Ele conta que os estudos vêm apontando que as tortas são até mais eficientes que o esterco de aves ou de bovinos. “Isso sem contar os benefícios que a adubação orgânica proporciona à biologia e às condições gerais de solo”, acrescenta Costa.

Participam do seminário o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, o coordenador do Programa Paranaense de Bioenergia, Richardson de Souza, e pesquisadores do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná).

SERVIÇO
Seminário do Biodiesel
Data – 27.05.08 (terça-feira)
Horário – 14h
Local – Auditório da Sea / rua dos Funcionários, 1559, Cabral – Curitiba

Tags: Iapar