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Biodiesel

Enerbio: Oleaginosas e gorduras animais tem grande potencial


Assessoria Enerbio - 10 out 2007 - 12:09 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

A Conferência Internacional de Biocombustíveis, que integra a Enerbio, prosseguiu no segundo período do dia com a discussão sobre as perspectivas de matérias-primas potenciais para biodiesel. Quem deu início ao debate foi Heloisa Saturnino, representante da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), que explanou sobre a produção de pinhão manso como matéria-prima do biodiesel.

De acordo com a pesquisadora, o pinhão manso que por receber várias denominações é mais conhecido pelo nome científico de Jatropha curcas L. pode ter características diferentes, dependendo do clima e do solo. Isso interfere na quantidade e na qualidade do óleo produzido. O pinhão manso no Brasil ainda está em processo de domesticação. Existe ainda pouco conhecimento sobre a planta, comentou Heloisa.

Originário da América Central e do México, a principal desvantagem dessa oleaginosa é a ocorrência de pragas. Por enquanto, não existem defensivos agrícolas para a cultura do pinhão manso. De qualquer forma, é uma planta promissora para a produção do biodiesel, defendeu a pesquisadora.

Outras oleaginosas O pesquisador Nilton Junqueira, da Embrapa Cerrados, continuou o seminário falando de outras espécies de oleaginosas, como a macaúba, o pequi, o tucumã, a andiroba, a muru-muru, o buriti e o babaçu. Nosso principal foco agora é avaliar o desempenho agrônomo das espécies e determinar o potencial para a produção de óleo e aproveitamento da biomassa, afirmou.

Entre os produtos, Nilton destacou a macaúba, por poder ser utilizada em sistemas agro-florestais e poder ser consorciada com pastagens. Isso seria uma alternativa para suprir a demanda de matéria-prima e minimizaria o impacto negativo da pecuária. As árvores da macaúba reduziriam a emissão de gás carbônico emitido pelo gado, explicou.

Microalgas
A representante da Divisão de Energia do Instituto Nacional de Tecnologia do Ministério de Ciências e Tecnologias, a pesquisadora Cláudia Teixeira detalhou como as microalgas podem contribuir com o meio ambiente.

Embora ainda não sejam destinadas para a produção de biodiesel, as microalgas têm sido produzidas amplamente em países como os Estados Unidos. No Brasil, ainda não existe produção comercial do produto.

As microalgas podem ter grande teor de lipídios, chegando a até 64%, o que mostra seu potencial como matéria-prima para o biodiesel, destacou Cláudia. Os grandes desafios desse produto, no entanto, são: diminuir o custo de produção de biomassa e aumentar a produtividade geral em óleo.

Resíduos e Co-produtos
Para encerrar o primeiro dia da conferência, Martha Mayumi Higarashi, pesquisadora da Emprapa Suínos e Aves, apresentou as peculiaridades das gorduras e sebos animais na produção de biocombustível.

Gorduras e sebos são fontes de matéria-prima lipídica prontamente disponível, o que traz muitas vantagens, destacou a pesquisadora.

De acordo com Martha, 80% do custo do biodiesel é da gordura. Portanto, o aproveitamento das gorduras residuais pode ajudar na viabilidade econômica.

Outra vantagem é a estabilidade no armazenamento. Ou seja, não estraga com facilidade. Um ponto forte das gorduras é que elas não competem com a cadeia alimentícia. Além de ter um custo muito menor do que as oleaginosas, completou Martha.

Bio-Polímeros Por último, Carlos Carvalho, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, mostrou as alternativas para o uso de plásticos, já que estes levam 400 anos para se biodegradarem. Os bio-polímeros de amido, por exemplo, são de matéria vegetal e não agridem o meio ambiente. Ainda enfrentamos algumas desvantagens na produção, como baixa elasticidade, baixa resistência mecânica e alta afinidade com a água (indesejável em alguns casos), pontuou. Para aprimorar a produção de bio-polímeros, a Embrapa está desenvolvendo um projeto de nanotecnologia aplicada ao agronegócio.

A Conferência Internacional de Biocombustíveis, que integra a Enerbio, continua amanhã na parte da manhã e segue com a seguinte programação: Proálcool 30 anos desafios e perspectivas; Conferência Inovação Tecnológica em Bioenergia; Pronunciamento do Presidente do diretor da Agência Brasileira para o Desenvolvimento Industrial (ABDI), Clayton Campanhola; Investimentos: capital nacional e capital estrangeiro.