Bioenergia vira alvo da Epamig
Os estudos do Programa de Agroenergia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Epamig) são considerados referência em todo o país. As pesquisas em andamento analisam a utilização do girassol, pinhão-manso e mamona na produção de biodiesel. Os resultados podem nortear investidores do setor de agroenergia sobre a viabilidade das culturas para futuros negócios.
As experiências realizadas com seis cultivares de girassol durante a safra 2006/2007, na fazenda experimental da Epamig, em Nova Porteirinha (região Norte de Minas), têm motivado os pesquisadores. A produtividade média alcançada foi de 3,9 mil quilos de grãos de girassol por hectare (ha), enquanto que a média nacional é de 1,5 mil quilos, ressaltou o pesquisador e gerente do Programa de Agroenergia da Epamig, José Carlos Fialho de Resende.
Segundo ele, após as análises foi possível concluir que o uso do óleo de girassol na produção de biodiesel precisa ser regrado, já que o produto é nobre e em alta escala pode onerar os custos de produção. Utilizado em conjunto com o sebo bovino, o óleo de girassol pode alterar condições que não são tão favoráveis no insumo animal, o que traria ganho de qualidade, disse Resende.
Ainda sobre o girassol, é preciso ressaltar que o cultivo não é viável para pequenos agricultores e o ideal é plantar no mínimo 30 ha exigida alta tecnologia, histórico da área a ser utilizada, investimento em sementes melhoradas, controle sistemático de pragas e plantas daninhas, frisou Resende. O custo de produção de 1 ha de girassol é de R$ 650.
Repasses - Para realização das pesquisas com girassol foram repassados R$ 120 mil à Epamig, recursos válidos para 2006/2007. Porém, o valor necessário seria de R$ 600 mil, disse o pesquisador da Epamig, para que fossem adquiridos equipamentos de colheita e semeadura e para estudos de definição dos cultivares ideais para cada região do Estado.
"Os recursos têm chegado a conta-gotas. Está sendo instalada uma usina (de produção de biodiesel) da Petrobras em Montes Claros e temos que trabalhar no ritmo dos investimentos privados", afirmou Resende. A previsão é de que a usina, com capacidade para produzir 54 milhões de litros por ano, entre em operação em janeiro de 2008. Os aportes somam R$ 75 milhões.
De acordo com Resende, no caso das pesquisas com mamona, estão sendo avaliados novos cultivares, a época de semeadura e a viabilidade econômica para a agroenergia. Já os estudos de pinhão-manso estão em fase de seleção de plantas, análise da área de adubação e irrigação, pós-colheita e arranjo das plantas em relação ao espaçamento na área de produção, ressaltou o pesquisador da Epamig.
