Multigrain inicia projeto que prevê usina de biodiesel
A Multigrain deu início, nesta semana, à construção de uma usina de descaroçamento de algodão no interior da Bahia. As obras serão rápidas e a expectativa é que a produção comece já em julho deste ano. Inicialmente, a unidade processará 45 mil toneladas de algodão em caroço. A partir de 2009, na segunda etapa do processo, esse número chegará a 81 mil toneladas. Serão também fabricadas 18 mil toneladas de pluma em 2008 e 32 mil toneladas a partir do próximo ano.
A planta para processar algodão, localizada na região de Correntina, oeste da Bahia, faz parte de um projeto maior da Multigrain. É um complexo agroindustrial no qual haverá também produção e processamento de cana e soja, com uma usina de etanol e outra de biodiesel. O investimento previsto é de R$ 500 milhões. A idéia é que em 2011, quando estiver em plena capacidade, o empreendimento seja auto-suficiente em termos energéticos.
Os acionistas da Multigrain - joint venture entre a brasileira PMG Trading, a cooperativa americana CHS e a empresa japonesa Mitsui - decidiram construir uma usina termelétrica que produzirá energia a partir da queima do bagaço da cana. A obra produzirá 250 mil megawatts por ano, quantidade suficiente para abastecer uma cidade com 50 mil habitantes. Paulo Garcez, presidente da Multigrain do Brasil, conta que a energia que sobrar será oferecida ao mercado baiano e aos demais Estados da região.
Atualmente já trabalham nas fazendas de algodão 300 agricultores. Quando a usina de beneficiamento entrar em operação, serão contratadas 100 pessoas. Até o fim do ano, serão necessários outros mil empregados para as obras das usinas de etanol e de biodiesel, além da termelétrica.
A produção de biodiesel, por sua vez, será todo aproveitada internamente, nas atividades agrícolas e na frota de caminhões da fazenda.
O destino dos fardos de algodão em pluma será a Ásia. Já o etanol será vendido, preferencialmente, no mercado baiano. "Conforme aumentarmos a produção, iremos oferecer [o combustível] para outros Estados", diz Garcez. A produção de biodiesel, por sua vez, será todo aproveitada internamente, nas atividades agrícolas e na frota de caminhões da fazenda.
O complexo ocupará 82 mil hectares - 60 mil deles com o plantio de soja, cana e algodão. A planta de etanol está em fase de engenharia. Com a moagem de 3 milhões de toneladas de cana, a usina será capaz de produzir 250 milhões de litros de álcool hidratado e anidro.
Raquel Salgado