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Biodiesel

Marialva coloca Paraná no mapa do biodiesel


Folha de Londrina - 24 jan 2008 - 07:32 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

O ano de 2008 marca a entrada ''de cabeça'' do Brasil na era do biodiesel. Com a determinação da mistura de 2% desse biocombustível ao óleo diesel, o país se vê obrigado a produzi-lo em larga escala. A tendência é que a demanda aumente a cada ano, pois a legislação prevê que, até 2013, a mistura do combustível oriundo de fontes renováveis ao diesel convencional chegue a 10%. O Governo Federal promete antecipar essa meta para 2010. Especialistas temem que falte o produto no mercado.

Atualmente, a produção de biodiesel no Paraná é considerada inexistente, uma vez que a única usina do Estado autorizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) que estava em produção, a Biolix, de Rolândia, encerrou suas atividades em março de 2007.

No entanto, esse cenário deve mudar a partir do próximo dia 30 de março, quando uma usina que está sendo construída em Marialva (17 km a leste de Maringá) começa a produzir.

Com sete empreiteiras e uma centena de funcionários trabalhando de domingo a domingo, a planta que está sendo levantada pela indústria holandesa Agrenco Group foi visitada na última semana pela reportagem da FOLHA e está dentro do cronograma.

Quando a produção estiver ''a todo vapor'', a usina irá oferecer 50 empregos diretos. A estimativa de produção é de 300 toneladas de biodiesel por dia. As matérias-primas utilizadas serão gordura animal (bovina) e óleo vegetal, que pode ser de soja, mamona, girassol e até sobra de frituras.

Porém, de acordo com o engenheiro de produção da Agrenco, Raphael Farias, o mercado brasileiro não será o principal destino para o combustível produzido na cidade que ostenta o título de ''capital brasileira da uva fina.'' Uma empresa do Japão, a Marubeni Corporation, é sócia da Agrenco nesse empreendimento e 90% do que for produzido na terra vermelha do Norte do Paraná será destinado à exportação. O escoamento até o Porto de Paranaguá e de São Francisco do Sul será feito por via ferroviária e rodoviária. Um ramal da operadora de ferrovias no Estado, a América Latina Logística (ALL), passa ao lado do terreno onde funcionará a usina.

Desde que começou a ser construída, em agosto de 2007, a indústria causa impactos positivos à cidade que tem como maior característica econômica a agricultura familiar. ''Aqui não há economia, tudo é feito voltado para a alta qualidade, o investimento total será de 40 milhões de reais. Contudo, procuramos privilegiar o comércio e os trabalhadores locais'', garante o engenheiro Farias.

As dezenas de bicicletas estacionadas no pátio das obras confirmam que os homens que trabalham na construção realmente moram por perto. ''Hoje, por conta da obra da usina, faltam pedreiros e carpinteiros em Marialva'', reitera Humberto Feltrin (PMDB), prefeito da cidade.

Ainda comemorando a entrada de R$ 2 milhões nos cofres da prefeitura, dinheiro arrecadado com o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), tributo municipal que incidiu sobre as obras da usina, Feltrin ressalta que outras grandes empresas cogitam se instalar na cidade atraídas pelo empreendimento da Agrenco. ''Vale dizer que a usina veio para cá praticamente sem nenhum incentivo fiscal, atraída pelo eixo produtivo da nossa região'', finalizou.

Wilhan Santin

Tags: Agrenco