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Biodiesel

Empresa lança equipamentos a biodiesel


Gazeta Mercantil - 09 jul 2008 - 06:07 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

O grupo Battistella se prepara para atingir um nicho específico no mercado de geradores: os interessados em trabalhar com a chamada energia limpa. Para isso, a empresa começa a colocar no mercado brasileiro grupos geradores que estão aptos a trabalhar com até 100% de biodiesel como combustível, o chamado B100, os primeiros do País", informa Sandra Battistella, diretora da unidade de energia auxiliar do grupo.

"Foram quatro anos de testes no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e já há combustível homologado por 40 usinas produtoras. O motor a biodiesel gasta 9% a mais que um movido a diesel", diz. Segundo a diretora, a Maquigeral pode adaptar com um kit específico qualquer unidade geradora instalada no País para operar com 100% biocombustível.

O setor de grupos geradores instalado em Colombo (PR) vai ser responsável, em 2008, por perto de R$ 130 milhões no faturamento do grupo, mas Gerson Schmitt, presidente do grupo Battistella, diz que, com o gerador movido a biodiesel e com a comercialização das células de hidrogênio, o setor deve ultrapassar os R$ 200 milhões em dois anos.

O maior grupo gerador instalado pela Battistella produz 5 MW, mas, diz Sandra, "a tecnologia para operar grupos geradores em paralelo de 20 MW, por exemplo, é a mesma". "Nós esperávamos que pelo menos 5% do mercado de 2008 já fosse utilizar o B100, mas acho que será um pouco menos, porque ainda não há biodiesel suficiente, já que o combustível vai quase todo para a mistura feita pela Petrotras. Mas temos tido sucesso na negociação direta com as 20 usinas já homologadas pelo Tecpar para o fornecimento", explica.

Bem perto das usinas
Outra vantagem do grupo gerador para produzir energia para o sistema interligado brasileiro, segundo a empresa, é a sua mobilidade e facilidade de instalação próxima as usinas de produção de biodiesel, o que eliminaria o custo de frete do combustível. "Já temos as PCH, pequenas centrais hidrelétricas e poderemos ter as PCB, pequenas centrais a biodiesel despachando energia para o sistema interligado", afirma.Células no lugar de baterias

No começo do ano, o Grupo Battistella iniciou também a comercialização de células de produção de energia, que usam o hidrogênio como combustível, um produto que tem a mesma linha de ação de grupos geradores movidos a biodiesel, ou seja, o apelo ambiental da energia limpa. "As células podem substituir as baterias estacionárias utilizadas como sistemas auxiliares para emergências em bancos e empresas de telecomunicações. Há 2,5 mil unidades instaladas no mundo, o que representa vendas acumuladas de US$ 87,5 milhões. Por ano, são instaladas 500 unidades num negócio US$ 17,5 milhões", diz a diretora da unidade de energia auxiliar.

O preço de cada um destes equipamentos está em R$ 100 mil e pode cair perto de 15% em dez anos. "O mercado brasileiro deve absorver 1,5 mil células instaladas, o que propiciará a criação de um negócio de R$ 150 milhões". A célula tem o tamanho de um frigobar e pesa 650 quilos enquanto um banco de baterias estacionárias com a mesma função pesa 3 mil quilos e produz energia para apenas 2 a 3 horas. A partir de cilindros de hidrogênio, que podem ser substituídos a cada 11 horas de funcionamento, a célula custa pouco mais que dobro de um sistema convencional - instalado por R$ 45 mil. No entanto, Sandra diz que "o investimento se paga em 2,5 anos produzindo-se energia limpa e com um equipamento que não tem de ser substituído completamente a cada 2,5 anos". Cada unidade gera 5 quilowatts e o mais comum é a instalação de quatro desses equipamentos gerando até 20 KW, o que responde pelo funcionamento de uma agência bancária por oito horas.

Acordo com os americanos
Para trazer as células de hidrogênio ao Brasil, a Battistella fechou um acordo inicial de cinco anos com a Lineage Power, empresa norte-americana com sede em Dallas, e que poderá ser renovado por tempo indeterminado. Segundo Sandra, a empresa quer instalar pelo menos 10 destes equipamentos até o final do ano.