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Biodiesel

Embrapa promove 2ª Mostra de Tecnologia da Agricultura Familiar


Embrapa Agropecuária Oeste - 28 jul 2008 - 05:37 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

A Embrapa Agropecuária Oeste e Transferência de Tecnologia, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a Federação de Agricultura Familiar – FAF/MS, Prefeitura de Dourados, Agraer, reuniu mais de 370 agricultores familiares nesta sexta-feira, 25 de julho, que participaram da 2ª Mostra de Tecnologias quando foram mostradas tecnologias para a agricultura familiar.

Dentre elas, Alternativas para a produção de Biodiesel, pelo pesquisador Cesar José da Silva; o Consórcio Milho/Braquiária, pelo pesquisador Gessi Ceccon; os Sistemas de Produção Agrofloretais, pelo pesquisador Milton Parron Padovan; os Sistemas de Produção Orgânica de Hortaliças, pelo pesquisador Ivo de Sá Motta; a Produção de Sementes Crioulas, pelo pesquisador Huberto Noroeste dos Santos Paschoalick e as Plantas Medicinais e Plantas Tóxicas, pela pesquisadora Karina Neoob de Carvalho Castro e pela professora doutora Maria do Carmo Vieira, da Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD.

Nesses 35 anos de existência, a Embrapa, em todo o território nacional, vem atuando de maneira significativa para o fortalecimento da agricultura familiar, a qual vem ganhando mais ênfase, investimentos e parcerias de outros ministérios e esferas de governo, organizações, associações e instituições de ensino.

Segundo o administrador e coordenador da 2ª Mostra, Euclides Maranho, várias das tecnologias estão prontas para transferência e adaptações junto ao agricultor familiar. Euclides explicou que muitas cultivares de soja, por exemplo, com menor teor de enzimas e toxinas, podem ser ajustadas, comercializadas com valor agregado e utilizadas na pequena produção.

Na área de pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste, 61 projetos de pesquisas são desenvolvidos por 32 pesquisadores. A Embrapa Agropecuária Oeste é um centro Ecoregional onde são estudadas diversas culturas e sistemas de produção.

Cada tecnologia leva, em média, de três a quatro anos para gerar uma informação responsável e transferida com qualidade ao agricultor e à sociedade. “É na Mostra o lugar onde o agricultor familiar tem o seu primeiro contato com a tecnologia, ou seja, com o experimento para a sua utilização de forma mais saudável e racional possível”.


Pesquisas melhoram a vida do agricultor
Durante a 2ª Mostra de Tecnologias da Agricultura Familiar, a Embrapa Agropecuária Oeste e Transferência de Tecnologia apresentou seis principais pesquisas voltadas para o agricultor familiar que levam em consideração a geração de renda.

A primeira delas, desenvolvida há quatro anos pelo pesquisador Gessi Ceccon, é a integração do milho e da braquiária. O pesquisador estudou cinco variedades de braquiária, onde foram avaliadas principalmente a cobertura do solo e a sua utilização para a formação de pasto. “É importante que no consórcio haja a complementação e a reciclagem de nutrientes”.

Em Mato Grosso do Sul, nos 2 mil e 800 hectares cultivados nos municípios de Maracaju, Dourados e Laguna Carapã, os resultados são excelentes, com cobertura de solo e formação de pasto para longa duração e de fácil dessecação.

Outra tecnologia para a geração de renda na agricultura familiar, são os sistemas agroflorestais que estão sendo estudados pela Embrapa que, além de fazerem a recuperação ambiental das reservas legais e permanentes, ao mesmo tempo produzem alimentos.

O pesquisador Milton Parron Padovan desenvolve o projeto há dois anos e meio em reservas no distrito de Itahum e em Campo Grande, Itaquiraí e Ponta Porã. Na área da Embrapa Agropecuária Oeste estão sendo avaliadas 52 espécies de árvores nativas, em consórcio com a bananeira, abacaxi e a leguminosa feijão guandu.

“Avaliamos o comportamento de cada espécie e sua viabilidade econômica. O objetivo é que ambos se complementem e não sejam competitivas. O sistema agroflorestal é uma estratégia inteligente de recuperação ambiental e de produção de alimentos, onde o modelo ideal é o que atende as necessidades da família a curto, médio e longo prazo”, enfatiza o pesquisador.

A produção de sementes crioulas, as tradicionalmente produzidas por agricultores familiares, também é tema de pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste e Transferência de Tecnologias. Huberto Paschoalick, pesquisador da instituição, lembra que, historicamente, essas são sementes que permanecem na comunidade e que não passaram por processos de melhoramento e cruzamentos e, por isso, trazem vantagens porque são facilmente adaptadas.

O foco da pesquisa com sementes crioulas é o resgate e a manutenção da diversidade genética, além de ser um material de custo baixo e que preserva aspectos culturais das populações. “Nossa intenção é fazer com que os agricultores familiares façam as sementes e consigam melhorar técnicas avaliando atributos importantes como a uniformidade, germinação, vigor e sanidade”, explicou.

Durante a Mostra, os agricultores puderam saber quais os equipamentos de classificação para testes de qualidade fisiológicas das sementes, de espécies como feijão, milheto, girassol, soja, trigo e amendoim. O intuito é a produção de sementes crioulas de boa qualidade e com resultado positivo para a distribuição no campo.