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Biodiesel

Celso Amorim pede combate aos subsídios agrícolas, e não a bioenergia


EFE - 18 abr 2008 - 12:38 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, pediu hoje que organismos multinacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), combatam os subsídios agrícolas na Europa e nos Estados Unidos, em vez de atacar a bioenergia e vinculá-la à atual crise alimentícia.
"Se o Fundo Monetário Internacional pode ajudar a conseguir que os países mais ricos eliminem os subsídios a suas ineficientes agriculturas, dará muito mais" do que quando critica a produção de biocombustíveis, disse Amorim a jornalistas.

O ministro de Exteriores fez estas declarações dentro da 30ª Conferência Regional para a América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O ministro respondeu assim ao diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que hoje disse em Paris que "o pior" pode estar por vir na crise alimentícia global, e considerou também que os biocombustíveis produzidos com alimentos colocam "um verdadeiro problema moral".

Segundo Amorim, o Brasil - como grande produtor de etanol de cana-de-açúcar e de biodiesel - é uma prova de que, se são produzidos com consciência ambiental e sem descuidar da segurança alimentar, os biocombustíveis ajudarão ao desenvolvimento dos países mais pobres.

"Produzir biocombustíveis na Europa seria absurdo", disse o chanceler, mas acrescentou que "não é no Brasil, na África ou na América Latina", regiões cujo potencial agrícola está enfreado devido aos "subsídios que o mundo desenvolvido concede a sua agricultura".

"O que o mundo deve discutir é a eliminação total desses subsídios, e não a eliminação dos biocombustíveis", afirmou.

Esta semana, a bioenergia tinha sido condenada também pelo relator da ONU, Jean Ziegler, que disse que a produção e uso de biocombustíveis se transformaram em um "crime contra a humanidade", devido aos problemas atuais com o aumento dos preços dos alimentos.

A resposta do Brasil a essas declarações foram dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao inaugurar na quarta-feira a 30ª Conferência Regional da FAO, em Brasília.

"O verdadeiro crime contra a humanidade é relegar os países pobres à miséria" e fechar-lhes a porta do desenvolvimento, disse Lula na abertura da conferência.