Agropalma amplia produção de palma no Pará
Depois de investir R$ 70 milhões em 2007, a maior parte na construção de uma nova usina, a Agropalma vai aplicar mais R$ 12 milhões em 2008. O valor será aplicado na expansão da área plantada de palma. Atualmente com 33 mil hectares cultivados, a empresa vai plantar mais 4 mil. A estimativa é de nos próximos dois anos ampliar mais 7 mil hectares. O aumento sustentará a meta da empresa de sair da produção atual de 130 mil toneladas para 220 mil em 2011.
O mercado de óleo de palma continua firme, na avaliação de Marcello Brito, diretor-comercial da Agropalma. Ontem, a tonelada do produto bateu novo recorde no mercado internacional - US$ 1,096 mil, 82% maior que o valor cotado em fevereiro de 2007. "A demanda está muito forte. O preço bate recordes e a gente acha que não vai mais subir, mas sobe", constata o executivo.
Neste ano, a empresa deve processar 130 mil toneladas de palma, ante os 125 mil de 2007, quando houve quebra na produção, reflexo de uma seca em 2005. Em torno de 10% da produção total é de óleo de palma orgânico, produto que é todo exportado. "Com esse câmbio, não conseguimos concorrer no mercado internacional com o óleo convencional, somente com o orgânico", lamenta Brito. Não está previsto ainda o aumento da proporção de óleo orgânico. "Hoje produzimos mais do que o mercado absorve", justifica o executivo. Ele informa ainda que o custo de produção do orgânico chega a ser 65% mais alto do que o de palma convencional. "O maior impacto está no custo com mão-de-obra, pois não podemos usar nenhum produto químico", acrescenta.
Os planos da empresa até o momento não incluem o aumento da produção de biodiesel.
No segundo semestre deste ano a nova usina entrará em operação com capacidade de processamento de 60 toneladas de cachos de frutos por hora, dando a folga necessária para manutenções de outras unidades industriais. "Em momentos de pico de produção, trabalhamos no limite. Essa nova planta nos dará um alívio", justifica Brito. Essa unidade também processará o aumento da produção de palma feito nos últimos cinco anos. "Queremos chegar em 2011 com 220 mil toneladas colhidas. No futuro, teremos que construir outra usina ou ampliar alguma já existente", anuncia o executivo, ainda sem detalhar planos.
A nova área de cultivo, de 4 mil hectares, já começou a ser implantada no Pará e está recebendo mudas de variedades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e também da Costa Rica, um dos principais produtores de palma da América Latina, e de onde a Agropalma importou 370 mil sementes. "Utilizar variedades de diferentes procedências diminui o risco no caso do surgimento de alguma praga ou doença", diz Tulio Dias, gerente socioambiental da Agropalma. Em um dos dois viveiros da empresa estão sendo preparadas 700 mil mudas para os plantios previstos para 2009.
Biodiesel
Os planos da empresa até o momento não incluem o aumento da produção de biodiesel. Em 2004, a empresa colocou em funcionamento uma unidade com capacidade de produção de 24 mil toneladas de biodiesel, resultado de um investimento de US$ 1,5 milhão. Este ano, assim como ocorreu em 2007, a empresa vai produzir menos de um quinto da capacidade instalada. "A idéia era a ampliação futura, mas surgiram tantos fatores de risco que decidimos parar, por enquanto. No médio ou no longo prazo esse mercado pode ser rentável. Mas, atualmente, esse custo de aprendizagem está muito alto".
Fabiana Batista