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Pinhão-manso é uma "decepção", admite D1 Oils


BiodieselBR.com - 03 out 2011 - 10:41 - Última atualização em: 06 mar 2012 - 11:47

Em evento em que – mais uma vez – anunciou uma mudança de estratégia, a D1 Oils rendeu-se aos investidores que colheram prejuízo com o pinhão-manso e admitiu que a outrora celebrada oleaginosa é uma “decepção”.

Steven Rudofsky, presidente da D1 Oils, reconheceu que a jatropha, que uma década atrás foi promovida como fonte abundante para produção de biocombustíveis por sua capacidade de crescer em solos pobres, “é uma decepção para a comunidade de investidores”.

As declarações coincidem com a percepção geral sobre o pinhão-manso, após uma sucessão de reveses para os incentivadores da cultura, incluindo a D1 Oils, cujas ações, depois de atingirem um pico de 565 pontos em 2005, mergulharam a 1,8 ponto na última quinta-feira (29 de setembro).

Das cinco empresas focadas em pinhão-manso com ações em bolsa, apenas a Jatoil (listada em Sidney, Austrália) aumentou sua capitalização de mercado após as flutuações, revelou a corretora Hardman & Co em um relatório intitulado “Planta com nome ruim”.

“Levou somente dez anos para o pinhão-manso sair da condição de matéria-prima prodígio e ver seu nome sujo entre os investidores”, disse Doug Hawkins, analista da Hardman. “Arruinada muitas vezes pela associação com projetos de biodiesel excessivamente ambiciosos, a reputação da cultura também foi comprometida pela incompetência nas práticas de plantio”, completou.

Nova mudança de percurso
Mas Hawkins mantem a esperança de que o pinhão-manso ainda possa se tornar uma matéria-prima “importante” para os biocombustíveis, tema ecoado por Rudofsky em seu discurso.

“O paradigma do pinhão-manso está começando a realizar seu potencial, ainda que de forma mais lenta do que o inicialmente imaginado”, disse Rudofsky. “Plantios realizados na metade da década passada estão finalmente chegando à maturidade, e esperamos uma trajetória de crescimento sólido nas receitas pelos próximos anos.”

No entanto, a D1 revelou que seus próprios planos de explorar a cultura excluirão o uso da torta de pinhão-manso como ração animal, assim como as operações na Indonésia, Malaui e Zâmbia, com o grupo limitando suas operações à Índia.

“O conselho determinou que focássemos nas operações do grupo na Índia, onde há uma demanda forte por biocombustível, e a aplicar uma proporção cada vez maior do capital de trabalho no país”, disse Rudofsky.  “Isto permitirá que o grupo se consolide no armazenamento e processamento de grãos.”

Mudança no comando
Esta é a mais recente de uma longa lista de mudanças para a D1, que vendeu uma refinaria em Liverpool (Inglaterra), viu uma parceria com a BP Oils fracassar, testemunhou o naufrágio de uma série de negociações de fusão e abandonou os campos de consultoria e desenvolvimento de usinas.

No entanto, esta é a primeira nota divulgada pela empresa desde que Rudofsky se tornou o presidente executivo, há três meses, num lance em que Martin Jarvis foi deslocado da chefia executiva para chefe de operações.

O novo conselho do grupo, que inclui Nicholas Myerson – filho do investidor-ativista Bryan Myerson, que fracassou numa tentativa de comprar a D1 no ano passado –, “está entusiasmado e otimista com o novo panorama”, disse Rudofsky. “Este espírito é graças às novas habilidades que foram acrescentadas a uma equipe experiente no setor, principalmente na Índia.”

As declarações da D1 vêm junto com o anúncio da redução em 43% dos prejuízos, atingindo £ 1,77 milhão (pouco mais de R$ 5 milhões) nos primeiros seis meses do ano, graças à duplicação das receitas para £ 202 mil (quase R$ 600 mil).

Fonte: Agrimoney
Tradução BiodieselBR.com