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Bio

Perfil: Décio Gazzoni


BiodieselBR.com - 17 jun 2010 - 10:43 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:13
Pesquisador da Embrapa há mais de 30 anos, Décio Gazzoni aponta o caminho para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

Visão de futuro

O que o Brasil precisa fazer agora para enfrentar os desafios da agroenergia nas próximas décadas? O engenheiro agrônomo Décio Luiz Gazzoni, pesquisador da Embrapa desde 1974, foi o nome escolhido pelo governo para buscar as respostas para essa questão. Desde janeiro do ano passado está prestando serviços na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, onde coordena o Plano Estratégico para o Setor do Agronegócio, um projeto que vai indicar as diretrizes de atuação do governo para impulsionar o setor nos próximos 15 anos.

Gazzoni lamenta o fato de não haver pesquisas suficientes para impulsionar o cultivo de duas promissoras matérias-primas para o biodiesel: o pinhão-manso e a macaúba. “Poderiam ser hoje excelentes opções, se a pesquisa tivesse iniciado nos anos 60. Infelizmente, estamos pagando o preço da falta de visão de futuro, nos anos 70”. É por este motivo que ele foi convidado pelo então ministro Roberto Mangabeira Unger para trabalhar na SAE. “Meu trabalho é enxergar o que o Brasil precisa começar a fazer agora para enfrentar os desafios das décadas de 20 e 30”.

Lá ele trabalha em duas grandes vertentes. Uma delas é o projeto Brasil 2022, em comemoração ao bicentenário de independência, que reúne metas e ações estratégicas para o desenvolvimento da agricultura. O outro é a Agenda Agrícola do futuro, que contém 12 projetos para preparar o Brasil para cumprir as metas propostas para 2022. 

 “Meu trabalho é enxergar o que o Brasil precisa começar a fazer agora para enfrentar os desafios das décadas de 20 e 30”
Décio Gazzoni


Desde 2007 Gazzoni também integra o Painel Científico Internacional de Energias Renováveis (ISPRE, na sigla em inglês), do Conselho Internacional de Ciências. “A participação no Painel tem gerado múltiplas oportunidades de trabalhar em projetos de planejamento e de políticas públicas em diferentes regiões do mundo”, diz. No ano passado, por exemplo, ele liderou um grupo de trabalho que desenvolveu uma proposta de pesquisa e desenvolvimento em energia renovável para a América Latina e Caribe.

Seu envolvimento mais direto com o setor de biodiesel começou no final dos anos 90, quando ele percebeu que a demanda futura de energia seria muito grande e que não seria possível continuar mantendo o mesmo ritmo de crescimento do uso das fontes fósseis. Nessa época ele iniciou um processo de convencimento da direção da Embrapa para que a empresa criasse um programa específico de pesquisa na área e, futuramente, uma unidade exclusiva dedicada à agroenergia. Depois ele veio a fazer parte do grupo de trabalho que elaborou a proposta de criação da unidade da Embrapa Agroenergia, oficializada em 2006.

Gazzoni, que já foi chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados) e da Embrapa Soja (Londrina), e diretor técnico da Embrapa (Brasília), é taxativo na hora de responder se teria vontade de chefiar a nova unidade. “Não fui convidado pelo presidente, e meu particular amigo, Pedro Arrais. E, se eventualmente convidado fosse, resistiria bravamente à idéia, por uma série de razões que julgo suficientemente fortes para não aceitar este ou qualquer outro convite para ocupar cargos executivos”. No entanto, ele mesmo admite que nenhuma decisão é definitiva.“Aos 60 anos de idade, a vida me ensinou que definitivo apenas é a morte”. 

Gazzoni pretende permanecer na SAE até o final do governo Lula, um compromisso que ele assumiu com o ex-ministro Mangabeira Unger. “O cronograma de trabalho prevê o encerramento dos projetos da Agenda Agrícola ao final deste ano. Não tenho intenções de permanecer no governo federal a partir de 2010, porque a missão para a qual fui convocado estará encerrada”, diz.

Uma vez encerrada suas atividades na SAE, o pesquisador pretende retomar seu trabalho na Embrapa Soja a partir de janeiro de 2011, onde quer continuar “labutando” na área de Agroenergia. “Além da pesquisa direta com fontes renováveis de energia, pretendo aprofundar o labor na área de planejamento estratégico, agora que a Embrapa criou uma unidade que se dedicará a estudos estratégicos sobre o agronegócio”.

Décio gazzoni

Décio Gazzoni

Décio Gazzoni

Alice Duarte – BiodieselBR.com
Tags: Gazzoni