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Décio Luiz Gazzoni

O imprescindível novo modelo


BiodieselBR - Décio Luiz Gazzoni - 08 mai 2006 - 21:04 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O Brasil está perplexo com a atitude do Presidente da Bolívia, de expropriar o patrimônio da Petrobras. Há décadas não se via algo parecido e esta decisão, seguramente, vai custar muito caro a ele – pessoalmente – e ao povo boliviano. Por muitos anos, investidores sérios não vão querer absolutamente nada com a Bolívia. E assim, irão para o ralo as divisas, os empregos, a chance de progresso. Morales não foi nada original, pois estava tudo escrito no “Manual do Perfeito Idiota Latino Americano” (Plinio A. Mendoza, Carlos A. Montaner e Alvaro Vargas Llosa - Editora Bertrand Brasil, 1997).

Cucarachadas

Temo pelo pior. Acho que, mais uma vez, a Bolívia fará jus ao seu passado e vislumbro um cenário em que Morales não completará seu mandato. Infelizmente para a democracia e para a América Latina, vista lá de fora como um amontoado de republiquetas de bananas. Quem semeia ventos, colhe tempestades. Para eleger-se, Morales destemperou a língua, prometeu mundos e fundos aos grupos de reivindicação, muitos conflitantes entre si. Uniu-os, precariamente, para eleger-se, mas não conseguirá cumprir as promessas e já havia perdido 20% de sua popularidade entre março e abril. No desespero, Morales confiscou os bens das companhias petrolíferas, para atender uma parte das reivindicações, de olhos postos nas eleições de junho. O problema é que, para investidores internacionais, Bolívia, Venezuela, Argentina, Brasil e outros países latino-americanos acabam tendo a mesma imagem de instabilidade e desconfiança, reduzindo os investimentos ou aumentado o custo dos empréstimos.

Repercussão

O alinhavo anterior evidencia as ameaças e oportunidades contidas no ato retrógrado de Morales. Uma das ameaças recai sobre os brasileiros que plantam na Bolívia, ou nos empresários que venderam para estes agricultores. Outra ameaça é a elevação do custo do gás, logo do custo de produção de agrotóxicos e fertilizantes e de processamento de produtos agrícolas, matéria prima do biodiesel. Os empresários ficarão altamente inseguros em investir em ampliação de fábricas, devido à instabilidade energética. Você confiaria no abastecimento e no preço do gás boliviano? A oportunidade: cada vez fica mais claro que não podemos continuar dependentes de combustíveis fósseis, em especial do exterior.

Biodiesel

Precisamos cumprir nosso destino de ser o líder mundial da produção de agroenergia. Além dos excelentes negócios que propicia, a independência energética nos livraria de ver o país chantageado, e sem reação à altura. Embora o biodiesel não seja um sucedâneo direto do gás natural, ajuda na transformação da matriz energética, rumo à nossa auto-suficiência, distanciando-nos do risco de atitudes tresloucadas. Ampliando a produção de biodiesel e de álcool, estaremos dando um impulso novo à Agroenergia, o que incentivará a produção de biogás e de gás combustível através de gaseificadores de biomassa (sólidos-gás ou líquidos-gás). Precisamos incentivar esta nova mentalidade no país, entre as autoridades governamentais, as lideranças privadas, os formadores de opinião e a sociedade em geral, para alicerçarmos nosso desenvolvimento em fatores autóctones, que independam de Chavez, Morales e similares.

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