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[Análise] Esmagadoras dominam produção de biodiesel


BiodieselBR.com - 26 mai 2008 - 07:47 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06
Esmagadoras: presente
A produção brasileira de biodiesel no mês de março recuou 18,5% em relação ao mês de fevereiro. Foram produzidos 61,8 milhões de litros. O destaque positivo nesse mês de março foram as esmagadoras de soja que responderam por mais de 50% da produção. Somadas, Granol, Caramuru, ADM e Oleoplan produziram 31,7 milhões de litros.

A ADM de Rondonópolis foi a usina que individualmente mais produziu biodiesel em um único mês até hoje no Brasil, 11,7 milhões de litros.

Esses números mostram que as grandes corporações do agronegócio estão dominando a produção de biodiesel no Brasil, a exemplo do que já acontece no mundo. Essas empresas estão acostumadas a lidar com agricultores, produtos agrícolas e com a transformação e industrialização de grãos. Incluir mais alguns produtos relacionados a mesma cadeia no seu portfólio não é problema, transformar produtos agrícolas, agregando valor faz parte do seu negócio. E como estão inseridas no agronegócio há muito tempo, é mais fácil para elas produzir biodiesel do que é para outros setores industriais fortes, como das companhias de petróleo.

O cenário brasileiro de biodiesel ainda não está definido, mas os grandes players já começam a se formar. No futuro a tendência é que os leilões deixem de ser o principal veículo de comercialização de biodiesel e a negociação direta domine o mercado. Esta mudança pode provocar alterações no quadro atual, pois o preço mais baixo deixará de ser o fator determinante na venda do biodiesel e pesará na balança também a logística, qualidade do biodiesel, segurança no abastecimento e contratos de longo prazo.

No entanto é provável que o novo cenário acabe favorecendo ainda mais as esmagadoras e nos próximos anos continuaremos a ver empresas tradicionais do comércio de grãos aumentando sua participação na produção de biodiesel no Brasil. Elas continuarão usando o conhecimento adquirido ao longo dos anos para ter vantagens competitivas no setor. Enquanto isso, empresas sem tradição no setor de grãos precisarão de um pouco mais de tempo para se adequar.

Petrolíferas: futuro
As grandes multinacionais do petróleo têm outro perfil, têm expertise em operações complexas. E é nesse filão que as petroleiras estão se concentrando, os biocombustíveis de segunda e terceira geração. Os complexos industriais desses novos biocombustíveis são caros. O banco norte-americano Goldman Sachs estima hoje um custo de U$ 2.000 por tonelada produzida, contra U$ 190 para os biocombustíveis de primeira geração.

As tecnologias de segunda geração transformam materiais ricos em celulose, como sobras de madeiras, palhas e outros resíduos da biomassa em gases e depois liquefeitos. A grande vantagem dos biocombustíveis de segunda geração está no custo da matéria-prima, bem menor que os óleos vegetais e com uma produção maior por área.

Os custos altíssimos que envolvem a construção industrial não são problemas para um setor capitalizado como o de petróleo e acostumado a investir bilhões de dólares em um único projeto.

Importante lembrar que no caso da Petrobras, a falta de experiência da estatal com o setor agrícola pode acabar compensada pela enorme participação na rede de distribuição de diesel.

BiodieselBR.com

A análise desta semana continua na página:

[Análise] Brasil Ecodiesel perde mercado