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Análise Semanal 04.ago.08
Leilão pode ajudar as usinas de biodiesel
Menos de quinze dias depois do coordenador do programa de biodiesel no MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário), Arnoldo de Campos, declarar que “não cabe ao governo recuperar nenhuma empresa de biodiesel”, surgiram notícias de que o governo está estudando medidas de ajuda à empresas com dificuldades.
Das grandes usinas de biodiesel, atualmente se conhece apenas duas com problemas: Agrenco e Brasil Ecodiesel. Como os problemas da Agrenco fogem da esfera da produção de biodiesel, é possível concluir que o alvo do programa do governo é a Brasil Ecodiesel.
Contudo, o governo pode viabilizar uma ajuda ao setor sem precisar de um “PROER” para salvar alguma empresa específica. Basta que o preço de referência dos próximos leilões não fique abaixo do custo de produção e, principalmente, permita uma margem de lucro razoável. Isso ajudaria o setor a passar essa fase de altos custos de produção desencadeada pelo alto preço dos óleos vegetais e gorduras animais.
Histórico
Nos leilões de novembro de 2007 a ANP usou uma forma de leilão que permitiu o canibalismo entre as usinas de biodiesel e levou o preço do biodiesel para valores abaixo do da principal matéria-prima, o óleo de soja. A Brasil Ecodiesel foi a empresa que mais vendeu, mas por diversos motivos não entregou tudo o que foi vendido. Outras usinas entregaram o produto mesmo amargando prejuízos.
Nos leilões realizados em abril deste ano, a ANP mudou o sistema de leilão e aumentou o valor máximo para um patamar acima do custo de produção. Todas as usinas que participaram conseguiram vender com deságio pequeno, e esse biodiesel está sendo entregue agora (de julho a setembro). Com o atual custo da matéria-prima, as usinas já conseguem vender biodiesel com algum lucro.
Nos leilões de agosto é esperado um preço ainda maior, tendo em vista que o preço da soja sempre sobe no último trimestre. Como a fórmula dos leilões será a mesma usada em abril, não é esperado um deságio muito grande.
As usinas de médio-porte da Petrobras
A Petrobras deu início à produção de biodiesel em escala comercial. Em apenas três anos e meio, desde a regulamentação do biodiesel ocorrida em janeiro de 2005, a empresa concretizou a construção de três usinas. A primeira foi inaugurada no último dia 29, na cidade de Candeias, na Bahia. As outras duas devem operar a partir de setembro.
Com as três usinas de médio porte em funcionamento, o setor de biodiesel ganhará mais um integrante de peso na produção industrial e a Petrobras ganhará experiência para construir sua grande usina.
Além disso, será interessante acompanhar a produção de biodiesel da empresa. Saber quanto ela está usando de soja, qual a forma que ela encontrou para fazer com que milhares de agricultores familiares produzam a matéria-prima desejada e como eles conseguirão coordenar essa estrutura. Essas são algumas das perguntas que serão feitas à Petrobras. Uma empresa que sempre trabalhou com petróleo terá agora que se entender com produtores rurais, empresas de assistência agrícola, problemas de clima e todos os outros que envolvem a agricultura. Será um trabalho diferente de tudo que ela já fez e o sucesso ou o fracasso dependerá exclusivamente da seriedade com que os diretores tocarão o projeto.
Conferência em Curitiba
Quer conhecer uma usina de biodiesel? Ou fazer uma visita a um moderno laboratório? Então participe do evento em Curitiba no dia 29 de agosto.
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