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Biodiesel

Óleo de soja pode ficar 15% mais caro


Gazeta Mercantil - 24 set 2007 - 11:23 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Em dezembro, auge da entressafra, o mercado projeta que a tonelada do óleo de soja baterá no mercado interno patamares próximos de R$ 2,3 mil, o maior da história para o mês, segundo estimativa da Aboissa, consultoria especializada em óleos. O valor é 15% maior que o atual - R$ 2,06 mil - e 21% superior ao de dezembro de 2006, quando os negócios foram feitos a R$ 1,8 mil a tonelada, segundo Gabriel Revuelta, operador de Mercado da Aboissa.

Para o analista de Bionergia da Safras & Mercado, Miguel Biegai Júnior, a projeção é factível e mostra o quanto a cotação do produto está atrelada ao petróleo. "O óleo de soja está precificado como energia", acrescenta. Entre janeiro e setembro deste ano, a cotação do produto vegetal valorizou-se 32,5% na Bolsa de Chicago (CBOT), enquanto que, a do Petróleo, 40%, segundo o Centro de Informações da Gazeta Mercantil.

A relação, de acordo com Biegai, reforça a tese da inviabilidade do uso do óleo de soja para produção de biodiesel. "Qualquer anormalidade com o petróleo, afeta o óleo. Além de uso de outras matérias-primas, os produtores de biodiesel terão que ir para regiões estratégicas, como o interior do País, tal como Norte de Mato Grosso", diz.

Por conta dos níveis atuais e projeções futuras do preço do óleo de soja, já ha no mercado outros conceitos para o biodiesel, conforme explica Revuelta. "A nova visão é a de biodiesel como aditivo e não combustível", diz o operador da Aboissa. Segundo ele, agentes já especulam sobre uma cotação de R$ 3 mil a tonelada já no próximo ano. "Assim, a viabilidade como combustível não se sustenta nem no Norte do País", diz Biegai.

Para ele, uma outra questão é um possível descompasso entre o nível de mistura obrigatória e a expansão das plantas de biodiesel. "Somando-se as usinas autorizadas e as em autorização, o Brasil pode ter no ano que vem produção de 2,6 bilhões de litros de biodiesel, para uma demanda obrigatória de ainda 800 milhões de litros, que é o B-2, adição de 2% de biodiesel ao diesel", alerta o analista da Safras.