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RenovaBio

RenovaCalc será apresentada para consulta pública no começo de maio


Argus Media - 24 abr 2018 - 10:56

Engrenagem fundamental da nova Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), a RenovaCalc deverá ser apresentada publicamente na primeira semana de maio. A ferramenta será usada para calcular as emissões de gás carbônico para cada fabricante de biocombustíveis, passo fundamental para que eles possam emitir os chamados créditos de descarbonização (Cbios).

É por meio da venda desses créditos que os fabricantes de biocombustíveis vão, efetivamente, ganhar dinheiro com o RenovaBio. Quanto mais CBios puderem gerar, maior sua renda.

Berço ao túmulo

Em entrevista à agência de notícias Argus, a pesquisadora da Embrapa e membro do grupo de trabalho responsável pelo desenho da RenovaCalc, Marília Folegatti, afirmou que a pegada de carbono dos biocombustíveis será avaliada "do berço ao túmulo". "A RenovaCalc recolherá informações desde o processo produtivo agrícola até a emissão para calcular a intensidade de carbono do biocombustível", diz.

Segundo a pesquisadora da Embrapa, os fatores considerados na contabilidade, assim como a metodologia, ainda estão sendo analisados pela ANP e deverão ser conhecidos pelo público em geral durante a consulta pública.

Segundo Folegatti, são aproximadamente dez rotas tecnológicas diferentes para efetuar o cálculo de eficiência, na qual cada um dos biocombustíveis enquadrados no RenovaBio – etanol, biodiesel, bioquerosene e biometano – será comparado ao combustível fóssil que substitui para chegar a um coeficiente de eficiência. "Se estivermos falando do etanol de cana, por exemplo, a eficiência é medida em gramas de CO2 equivalente por megajoule comparado com a gasolina, enquanto o biodiesel é comparado ao diesel. A diferença da pegada de carbono entre biocombustível e combustível fóssil, multiplicada pelo volume de biocombustível produzido e comercializado, resultará nos créditos de descarbonização, os CBios", explica.

A calculadora exige uma série de informações que terão de ser preenchidas pelo produtor, como o sistema de plantio usado, consumo de combustível, consumo de agroquímicos, uso da terra, entre outros. "Depois de submetidos, os dados são verificados e grande parte comprovada por meio de notas fiscais. Também haverá uma certificação de terceiros, feita por empresas credenciadas pela ANP", disse a pesquisadora da Embrapa.

O processo de homologação destas empresas está sendo analisado sob o ponto de vista jurídico dentro da ANP, e seguirá para consulta pública no início de maio, assim como a metodologia sugerida para a contabilidade de carbono.

As expectativas para RenovaCalc e para o RenovaBio, de maneira geral, são as melhores na visão da Embrapa e devem trazer maior previsibilidade para o setor, de acordo com a especialista. "Investimentos estão sempre acompanhado de riscos e o programa traz um panorama do mercado. É difícil fazer planos a médio prazo quando se tem muitas oscilações. Técnicas que favoreçam a redução de emissões devem ser privilegiadas daqui para frente, por participantes que estão em expansão e para os que já estão estabelecidos", concluiu.

Com adaptação BiodieselBR.com