PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Pesquisa

Tortas de crambe e pinhão-manso são foco da Embrapa Agroenergia


Assessoria de Imprensa Embrapa - 15 fev 2013 - 12:49 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
pesquisa torta_crambe_150213
Pesquisadores da Embrapa Agroenergia estão iniciando o desenvolvimento de métodos ultrarrápidos a fim de identificar e quantificar substâncias presentes em tortas de duas oleaginosas com potencial de inserção da cadeia produtiva do biodiesel: o pinhão-manso e o crambe. O projeto de pesquisa conta com a parceria da Embrapa Agroindústria Tropical, Fundação Mato Grosso do Sul e Universidade de Campinas (Unicamp) e tem duração prevista para dois anos.

A torta é o material que sobra dos grãos após o processo de esmagamento para a extração de óleo. Normalmente, ela é utilizada para alimentação animal. No entanto, apesar de apresentarem alto valor proteico, as tortas do crambe e do pinhão-manso possuem substâncias tóxicas – glicosinolatos e ésteres de forbol, respectivamente –, que impedem o uso direto para esse fim.

Pesquisas estão sendo desenvolvidas com o objetivo de reduzir ou eliminar esses compostos, de modo a permitir a agregação valor às cadeias produtivas das duas culturas. Para tanto, os cientistas estão se valendo tanto do melhoramento genético, para obter cultivares não tóxicas, quanto de processos físicos, químicos e biológicos para remover ou reduzir a concentração das substâncias indesejadas. 

Segundo o pesquisador Clenilson Rodrigues, líder do projeto iniciado na Embrapa Agroenergia o emprego técnicas analíticas que permitam obter informações precisas sobre que tipos de substâncias estão presentes nas tortas e em quais concentrações é um passo fundamental. “O monitoramento da eficiência e eficácia destes processos [de destoxicação] é indispensável para garantir o uso seguro das tortas”, diz. 

Rodrigues explica ainda que existe grande deficiência nas abordagens analíticas empregadas atualmente no monitoramento dos agentes tóxicos dos produtos e coprodutos de crambe e pinhão-manso. “Os procedimentos de referência são morosos e laboriosos e, no caso do pinhão-manso, são incapazes de realizar a diferenciação entre os seis isômeros de ésteres de forbol conhecidos, ou ainda, predizer se ocorre a formação de derivados similares durante os processos de destoxificação”. 

Na expectativa de contribuir para a solução desse problema, os pesquisadores da Embrapa e das instituições parceiras vão desenvolver metodologias utilizando a cromatografia acoplada a diferentes tipos de detectores para monitorar os níveis dos compostos químicos tóxicos em crambe e pinhão-manso. O objetivo é obter métodos ultrarrápidos, que permitam identificar e quantificar as substâncias encontradas, mesmo em baixos níveis de concentração. Também é meta do trabalho empregar instrumentação que colabore com a redução do volume de reagentes utilizados e, consequentemente, com a redução de efluentes gerados nas análises.

Além do sistemático monitoramento das substâncias tóxicas, a pesquisa também pretende reconhecer outros compostos químicos de ocorrência nas culturas do crambe e do pinhão-manso que apresentem potencial valor agregado para a cadeia da agroenergia ou para outros nichos de interesse comercial. A condução do projeto prevê, ainda, ensaios para validação dos métodos obtidos, cursos para capacitação de pesquisadores e técnicos e ações de transferência das tecnologias que forem geradas. 

Com adaptações BiodieselBR.com