Estiagem obriga produtor a replantar áreas de soja em MT

A falta de chuvas provocada pelo El Niño está levando produtores de soja de Mato Grosso a terem que replantar algumas áreas de produção nesta safra 2023/24. Sem a umidade necessária no solo, as sementes não têm encontrado condições ideais de desenvolvimento, fazendo com que a semeadura esteja pelo menos 10% atrasada em relação ao ritmo observado no ano passado.

Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) mostram que o plantio de soja havia sido concluído em 10,2 milhões de hectares no Estado até sexta-feira. A área representa 83,3% do total esperado para o ciclo 2023/24, de 12,2 milhões de hectares.

No mesmo período do ano passado, quando estava sendo cultivada a safra 2022/23, 11,3 milhões de hectares já estavam semeados, ou 93,5% do total de 12,1 milhões de hectares que foram plantados no ciclo.

“Nesta temporada, foi observada grande parcela de áreas que precisaram de replantio, o que poderá influenciar na decisão do produtor quanto à destinação dessas áreas – principalmente os que fazem algodão em segunda safra, devido à necessidade de produzir e o risco do encurtamento da janela ideal de cultivo”, informou o Imea, em relatório.

Apesar do atraso, o instituto não revisou sua expectativa para a produtividade média das lavouras de soja em Mato Grosso. A entidade manteve o cálculo em 59,7 sacas por hectare, mesma expectativa apresentada em outubro.

Contudo, essa produtividade média esperada para o Estado na nova safra é 4,17% inferior à registrada no ciclo anterior. Na safra 2022/23, os produtores mato-grossenses colheram, em média, 62,3 sacas por hectare.

Ainda que o replantio possa representar aumentos no custo, o Imea não prevê um corte na produção superior ao estimado em outubro. A expectativa é que ainda sejam colhidas 43,78 milhões de toneladas. O volume representa uma redução de 3,39% em comparação à produção de 45,3 milhões de toneladas do ciclo anterior.

Alexandre Inacio – InfoMoney