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Produção de biodiesel dita os rumos de reunião sobre o girassol


Jornal da Manhã - 04 out 2007 - 07:52 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

A produção de biocombustível dita os rumos da agricultura brasileira e também a discussão da 17ª Reunião Nacional de Pesquisa de Girassol e do 5º Simpósio Nacional sobre a Cultura de Girassol. Na cidade onde o cultivo da soja é majoritário, o girassol se mostra excelente opção, tanto para o mercado alimentício quanto para a produção de energia.

“O girassol tem tido destaque em Minas Gerais e no Brasil por conta da demanda governamental pelo uso do biodiesel e pelo investimento na busca por outras culturas oleaginosas. A partir de 2008, todos os postos de combustível serão obrigados a misturar 2% de biodiesel ao óleo diesel, gerando uma demanda de um milhão de litros de biodiesel por ano. A partir de 2013, a percentagem subirá para 5%. Há até comentários de que essa data seria antecipada para 2010”, comenta o presidente da reunião e pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), José Mauro Valente Paes.

O cultivo da oleaginosa conquista competitividade no mercado. “O girassol possui em torno de 40 a 45% de teor de óleo. Hoje, a produtividade média no Brasil é de 1,5 mil quilos por hectare, mas em áreas experimentais já foi possível conseguir até dois mil quilos. O custo do girassol com teor de 40% de óleo no mercado é de R$ 28 a saca de 60 quilos. Mas a cada 1% de aumento no teor de óleo ganha-se 0,6% no preço, o que estimula o produtor a cultivar o girassol com maior teor de óleo”, justifica Paes.

“O Brasil tem em torno de 20 a 22 milhões de hectares plantados de soja, enquanto há somente 100 mil hectares de girassol. A concorrência do último com a primeira é possível porque o girassol é uma planta mais eficiente na produção de óleo - 40 a 45% de teor - do que a soja - 20%”, argumenta César de Castro, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Soja Londrina).

Também da Embrapa paranaense e pesquisadora de doenças do girassol, Regina Villas Boas de Campos Leite lembra que o girassol não precisa ser encarado como um competidor da soja.
“Em algumas regiões do país, como no Sul, o girassol entra como uma cultura antecipada à da soja, enquanto que, no cerrado, entra como cultura de safrinha; ou seja, depois da colheita da soja. Com isso, o produtor agrega valor ao produzir duas culturas na mesma área, utilizando o mesmo maquinário”. 

Por Amanda Mont’Alvão