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Petrobras começa pesquisas para usar biodiesel em navios


O Estadao de S.Paulo - 16 mar 2010 - 15:56 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:12

A Petrobras vai pesquisar a adição de biodiesel ao combustível usado por navios, conhecido no mercado pelo nome de bunker de navegação. O objetivo é tentar reduzir as emissões de gases poluentes do produto, que deve ter grande crescimento de consumo no Brasil nos próximos anos. A pesquisa é um dos focos do laboratório Bunker 1, fruto de parceria da Petrobras com a Coppe/UFRJ, que será inaugurado nesta quarta-feira.

Com investimento inicial de R$ 6,7 milhões, o laboratório vai buscar novas tecnologias para a produção de bunker, com foco na eficiência de queima do combustível e nas emissões de gases poluentes. Uma segunda etapa, orçada em R$ 5,9 milhões, já foi aprovada. O dinheiro está sendo gasto, principalmente, na compra de dois motores para testes de combustível.

O bunker é um óleo combustível pesado, usado apenas em motores de baixa rotação. A Petrobras espera grande crescimento no consumo do produto, diante das encomendas de novos navios para o transporte de petróleo no País. "A frota de petroleiros está crescendo bastante, com as encomendas da Transpetro", diz o pesquisador do Centro de Pesquisas da Petrobras, (Cenpes), Tadeu Cordeiro.

O investimento está sendo bancado com recursos da participação especial cobrada sobre a produção de petróleo - segundo a lei, 1% dessa arrecadação deve ser destinada à pesquisa e desenvolvimento. Um primeiro convênio, ao custo de R$ 1,9 milhão, já foi assinado e terá duração de dois anos. "Temos um grupo temático de estudos sobre combustíveis, com projetos na área de automóveis e motocicletas, por exemplo, mas percebemos que não havia conhecimento na área de bunker no Brasil", conta Cordeiro. "O Brasil é líder mundial em biocombustíveis e esse laboratório vai permitir a pesquisa de adição de biocombustíveis ao óleo combustível", completa.

O uso de biocombustíveis, diz, pode ser uma maneira de reduzir as emissões de fuligem na queima do bunker, melhorando a qualidade do ar no entorno dos portos brasileiros. O primeiro motor encomendado pelo laboratório, com 500 quilowatts (kW), já está na Coppe e, segundo o coordenador do Laboratório de Máquinas Térmicas da Coppe, Albino Queiroz, deve iniciar os testes em cinco meses. Antes disso, os pesquisadores vão trabalhar na preparação dos testes. O laboratório contará com dois professores, três engenheiros, seis técnicos e entre seis e dez alunos do instituto, hoje um dos principais parceiros da Petrobrás no desenvolvimento de novas tecnologias para a indústria petrolífera.

Nicola Pamplona

Tags: Marítimo