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Gevo, dos EUA, cria biocombustível mais potente


Gazeta Mercantil - 04 ago 2008 - 05:28 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

A Gevo Inc, uma empresa norte-americana que desenvolve biocombustíveis de segunda geração, quer comercializar no Brasil uma nova tecnologia que pode tornar o álcool um combustível mais potente, afirmou um executivo da companhia. Com pequenas alterações nas usinas, a tecnologia permitiria que elas produzissem isobutanol, um biocombustível com poder energético equivalente ao da gasolina e, portanto, superior ao do etanol.

Tendo como investidores a Khosla Ventures e a Virgin Green Fund (que começou como Virgin Fuels), a idéia da Gevo é exportar o isobutanol produzido no Brasil para os Estados Unidos, onde o produto pode substituir um aditivo misturado à gasolina cujo uso é obrigatório.

"O modelo de negócio consiste numa adaptação das usinas de etanol aqui por um custo muito baixo e, em vez de produzirem etanol poderiam fazer isobutanol, que pode ser vendido com um prêmio em relação à gasolina", disse o vice-presidente da Gevo, Brett Lund.

A companhia estima que o investimento necessário para isso fique em cerca de R$ 0,10 por litro. Assim, pelas contas da empresa, o retorno do investimento se daria integralmente já no primeiro ano de produção. Outra vantagem é que o produto é isento de tarifa de importação para entrar nos Estados Unidos. Isto criaria uma brecha para os brasileiros, que enfrentam um imposto de US$ 0,54 por galão nas vendas diretas de álcool para os norte-americanos.

Produção com menor custo
O isobutanol também é matéria-prima para a fabricação de biodiesel, bioquerosene de aviação, plásticos e fibras. Uma das principais diferenças entre a nova tecnologia e a convencional empregada pelas usinas brasileiras é o uso de microorganismos em vez de enzimas na transformação da sacarose da cana em álcool.

A Gevo já produz biodiesel e bioquerosene de aviação usando essa tecnologia em uma planta piloto em Denver, nos Estados Unidos. Agora pretende atingir escala comercial, numa unidade própria ou na de um parceiro, dentro de 18 a 24 meses. "No momento, estamos fazendo esses produtos com milho, mas na realidade é mais fácil fazê-los com cana", disse Lund. "Para transformar milho (amido) em combustível, você tem que primeiro transformá-lo em açúcar. Com a cana, você pula essa etapa. É menos energia, menos tempo, menos custo", acrescentou.

Os executivos da empresa norte-americana estiveram na semana no Brasil para conhecer mais do setor e identificar potenciais parceiros.