Biodiesel

Com a chegada de mais uma usina de biodiesel no interior cearense, a demanda de produção de oleaginosas deverá ser elevada. Até o próximo ano o Governo do Estado, através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), vai investir recursos da ordem de R$ 16 milhões no programa Biodiesel do Ceará. A unidade de Quixadá foi inaugurada pelo presidente Lula, pelo governador Cid Gomes e o presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli. Nela, deverão ser produzidos 57 milhões de litros de biodiesel por ano. De acordo com o contrato do empreendimento, a unidade foi orçada em R$ 100 milhões.
 
Para a usina de Quixadá, mais de 8 mil agricultores já estão plantando mamona e girassol, espalhados em 160 municípios do Estado.  Ano passado, a área com produção de oleaginosas era de 9.534 hectares. Este ano o número saltou para 24.734 hectares. Segundo dados da SDA a expectativa é de uma produção superior a 16 mil toneladas.
 
Durante a inauguração da unidade, Cid Gomes anunciou um aumento no pagamento do subsídio aos produtores de mamona do Ceará. "A partir do próximo ano vamos aumentar para R$ 200 o pagamento por cada hectare plantado", disse. Atualmente, cada agricultor que comprova o plantio recebe do Governo do Estado um subsídio de R$ 150. Além disso, o Governo garante a distribuição de sementes selecionadas e a comercialização com o preço mínimo de R$ 0,70 para a mamona e R$ 0,50 para o girassol. Também são disponibilizadas 150 máquinas para a debulha da produção nas organizações dos agricultores e capital de giro.
 
De acordo com o Governador, 27% da população do estado vive do setor primário, o que representa na economia uma média de apenas 5 a 6 % do PIB. "A agricultura sempre foi um desafio para o Nordeste. Melhor ar a contribuição da agricultura na economia significa melhorar a vida de 300 mil famílias que hoje tiram seu sustento do setor primário", enfatizou. Cid acrescenta também que  além de crédito e assistência técnica, um dos pontos mais importantes para a agricultura é a comercialização dos produtos.
  
"Se a gente assegurar a compra da produção por um preço justo, seremos capazes de fazer milagre no semi-árido desse estado".
 
No Ceará, foram distribuídos 84 mil quilos de sementes de mamona e 2,5 mil quilos de sementes de girassol. "Nossa meta, Presidente, é chegar a 80 mil hectares e fazer com que essa usina processe com a produção própria do Ceará", garantiu Cid ao presidente Lula. E finalizou: "Assim que assumimos o governo, nos reunimos com órgãos com experiência na produção de mamona e transformamos o biodiesel em uma de nossas prioridades".
 
Apesar de discussões em torno dos investimentos do Governo Federal nos biocombustíveis, o presidente Lula acredita o biodiesel pode mudar a vida dos agricultores familiares. "Não vou admitir que apontem dedo sujo de óleo para um Brasil que quer produzir combustível limpo", desafiou. Lula referiu-se aos debates em torno de que a produção do biodiesel vai substituir a produção dos alimentos.
  
"Tenho certeza que o ser humano não vai deixar de produzir combustível para seu corpo para produzir combustível para seu carro" disse o presidente. Em resposta aos questionamentos, Lula anunciou que lançou o Programa Mais Alimento, que disponibiliza R$ 25 bilhões através do BNDES para a aquisição de tratores e implementos agrícolas. "Nós temos grandes políticas de alimentos, assim como temos grandes políticas de combustíveis. E o que estamos fazendo aqui é trazendo tecnologia ao homem do campo, para desenvolver essa região que é conhecida como a região mais miserável deste país", afirmou.
 
O presidente explicou ainda que para atender a Lei que obriga o insumo de biocombustível no diesel brasileiro, é necessária uma produção de 1 milhão e 800 mil litros de biodiesel.  Lula se referiu a Lei que obriga que todo o diesel brasileiro conte com 2% de biocombustível. Daqui a cinco anos, o insumo deverá ser acrescido para 5%. Para isso, a Petrobrás deverá inaugurar mais uma usina, no estado de Minas Gerais. "Tenho certeza de que o Brasil vai ser um campeão na produção do biodiesel, porque somos um dos poucos países com condições favoráveis. O biocombustível não vai competir com o petróleo, vai se somar ao petróleo", falou.
 
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário acredita que a implantação da usina é o início de um desafio para os governos, para a Petrobras e para a agricultura familiar. "É uma aposta do Governo para trazer para essa região um desenvolvimento sustentável onde se produza combustível com qualidade e aumente a renda das famílias", resumiu.
 
O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Alan Kardec, adiantou que 30% da produção de Quixadá será destinada ao mercado  cearense e o restante aos demais estados da região. Segundo ele, assim como a usina de Candeias, na Bahia, a de Quixadá tem diferenciais importantes em seu projeto. "Os principais são sistemas de instrumentação e controle, totalmente automatizados, e o de processamento de óleos vegetais brutos, além da enorme flexibilidade no uso de matérias-primas".
 
Em Quixadá a usina funcionará a 3 quilômetros da localidade de Juatama e foi construída numa área de 15 hectares.
 
Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado / Priscila Teixeira

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