MS: Projeto já coleta 30 mil litros de óleo de cozinha por mês
Há seis meses atuando na coleta de óleo saturado (óleo de fritura usado), a empresa sul-mato-grossense Trat Bem já colhe em 230 pontos de Campo Grande 30 mil litros de óleo por mês. Lanchonetes, restaurantes, pizzarias, pastelarias, fast foods, escolas e hotéis já estão armazenando diariamente o resíduo e entregando à empresa ao invés de lançarem ao meio ambiente.
Quem compartilha e doa 150 litros por semana de óleo saturado é a Pizzaria Dom Jacinto, no bairro Jardim Petrópolis. Rodrigo Araudi, gerente do estabelecimento se apaixonou pelo conceito do projeto e revelou que a forma utilizada antes da coleta seletiva era descartar os resíduos no esgoto ou em algum terreno baldio. "Agora temos consciência dos impactos ambientais causados. Eu não tinha nem noção do estrago que isso podia causar à natureza", revela Araudi.
O destino do óleo coletado é a indústria Biocar Biodíesel, em Dourados, que recebe o óleo saturado que passa por um processo de filtragem e em seguida é transformado em biodíesel. Hoje a Biocar consegue processar até 180 mil litros/dia de óleo de fritura. Segundo Paulo Kmita, um dos sócios da Trat Bem a adesão do comércio local vem acontecendo de forma surpreendente. "Temos contado com o apoio da mídia local para divulgar a importância de não lançarmos esses dejetos no meio ambiente. Cada litro de óleo de fritura jogado no solo ou na rede de esgoto contamina 1 milhão de litro d' água", alerta Kmita.
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A segurança no projeto também é atestada pelo proprietário da Biocar Biodíesel José Silva Carrero. "Além de ser uma questão de responsabilidade social, ambiental e de saúde pública o óleo de fritura irá sem dúvida ajudar na produção de biodiesel no país. O Brasil não está conseguindo matéria-prima através das oleaginosas para cumprir a obrigatoriedade na adição de 2% de biodiesel no diesel comum. Com toda certeza tudo que for coletado e transformado em biodíesel terá comprador", adianta Carrero.
Cada 1 litro de óleo de fritura rende 1 litro de biodíesel. Cada 10 litros de óleo fritura passado para a empresa, a pessoa recebe uma lata de óleo de soja novo. Ainda segundo o empresário de Dourados a qualidade do combustível (B-100) produzido pela indústria é testado no laboratório da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) credenciada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo). "Seguimos todos os padrões e as normas impostas pela Agência Nacional na produção, armazenamento e no transporte do combustível até a distribuidora", afirmou Carrero.
Todos os veículos da empresa em Dourados, assim como da Trat Bem, aqui em Campo Grande são movidos com biodíesel B-100. A Biocar pretente coletar o óleo usado em todos os municípios do Estado. Para Paulo Kmita "a conscientização e a colaboração de todos será o grande desafio para que possamos ter uma cidade mais limpa e com mais qualidade de vida no futuro. Cada parceiro tem sua contrapartida, porque trata-se de um trabalho de interesse coletivo, com benefício social e ambiental", ressalta o empresário. Além de evitar a poluição, o biocombustível produzido a partir do reaproveitamento do óleo de cozinha não emite enxofre e o gás carbônico, liberado na combustão, não é considerado nocivo à camada de ozônio.
Jorge Franco com informações da assessoria