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Biodiesel

Agropalma gasta R$ 60 milhões em unidade no Pará


Valor Online - 29 mar 2007 - 07:53 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

A Agropalma, empresa controlada pelo Banco Alfa, aposta no aquecimento do consumo de produtos livres de gorduras trans e de orgânicos para elevar suas vendas de óleos e gordura vegetal à base de palma (dendê).  A empresa também está investindo R$ 60 milhões em uma nova fábrica para produção de margarinas e e geração de energia no Pará, que deve entrar em operação em setembro.

A nova unidade de produção de margarinas, baseada no município de Tailândia, na região nordeste do Pará, terá capacidade para processar 60 toneladas de cachos por hora e pode ser expandida para 90 toneladas por hora.  Atualmente, a capacidade de processamento da empresa é de 128 cachos por hora, com três unidades em Tailândia, Moju e Acará.

De acordo com Marcello Amaral Brito, diretor comercial da Agropalma, parte dos campos cultivados começa a entrar em fase de produção neste ano e, por isso, foi necessário ampliar a capacidade instalada.  "A construção dessa unidade já estava prevista nos planos de longo prazo da empresa", afirma.  Se fosse levar em conta apenas os resultados da empresa obtidos no ano passado, o investimento seria postergado, segundo Brito.

Em 2006, a empresa esperava produzir 145 mil toneladas de óleo de palma bruto, mas encerrou o ano com uma produção de 135,8 mil toneladas.  O motivo, segundo Brito, foi o clima.  "A seca de 2005 afetou o desenvolvimento dos cachos colhidos em 2006 e as fortes chuvas que atingiram o Pará entre abril e junho fizeram com que algumas áreas ficassem alagadas por um mês, impossibilitando a colheita", afirma.

Para este ano, a perspectiva da empresa é produzir 152,8 mil toneladas de óleo de palma, o que representará um crescimento de 12,5% em relação ao ano passado.  A Agropalma responde por aproximadamente 75% da produção brasileira de óleo de palma.

Brito observa que os resultados também foram ruins para a empresa no mercado externo, por conta principalmente da valorização do real frente ao dólar e da queda nos preços internacionais do óleo de palma nos primeiros nove meses do ano.  "O que nos salvou foram as exportações de orgânicos, que oferecem um prêmio próximo a 40%."

Em 2006, a empresa reduziu os embarques de óleo comum em 48%, para 22,7 mil toneladas.  Em 2007, prevê exportar 7 mil toneladas.  Já os embarques de óleo orgânico, que em 2006 cresceram 34%, para 5,2 mil toneladas, devem chegar a 7 mil neste ano.

"O consumidor está cada vez mais consciente e interessado em adquirir produtos saudáveis e sustentáveis social e ambientalmente", observa Brito.  A Agropalma está solicitando a entidades internacionais o certificado RSPO (que identifica empresas de óleo de palma social e ecologicamente responsáveis) para garantir a abertura de mercados na Europa.

No mercado interno, outro tipo de "consumo responsável" estimulou o aumento das vendas da Agropalma: a preocupação com o consumo de produtos livres de gorduras trans.

As vendas de margarinas da Agropalma para o setor de foodservice aumentaram 116% em 2006 e, para este ano, a expectativa é de um crescimento de 51%.  As vendas de embalagens fracionadas voltadas a panificadoras, principalmente, cresceram 54% o ano passado.  A expectativa é que a demanda aumente mais 40% neste ano.  O volume produzido, no entanto, é mantido em sigilo.

Na área de biodiesel, a Agropalma espera produzir os 24 milhões de litros vendidos para a Petrobras nos leilões.  Expansão, só em 2008.  "Tudo depende de como funcionará o mercado livre", afirma.

Cibelle Bouças