Petróleo dispara 5% apoiado por apetite a risco com alívio da crise bancária
O petróleo disparou nesta segunda-feira (27) no mercado futuro, ainda em movimento de recuperação após os preços terem atingido o menor nível desde 2021 na semana passada, em meio a temores de que a crise bancária pese sobre o crescimento da economia global e, por consequência, sobre a demanda pela commodity energética.
O barril do petróleo WTI (referência norte-americana) com entrega prevista para maio subiu 5,13%, a US$ 72,81, enquanto o do Brent (referência global) para junho avançou 4,25%, a US$ 77,76.
Há exatamente uma semana, o petróleo havia atingido seu menor nível no mercado futuro desde dezembro de 2021, sob preocupações de que a crise dos bancos regionais americanos enfraqueça a atividade nos EUA e no mundo. Com os temores aliviados após a ação de entidades reguladoras, o petróleo e outros ativos de risco tiveram caminho livre para uma recuperação.
O movimento de hoje estende a alta de 3% acumulada na semana passada. Mesmo assim, a commodity ainda registra queda de 5% a 6% em março. “Pode levar algum tempo para que a poeira baixe e os preços reflitam totalmente as novas perspectivas após um período tão turbulento que deve garantir que a volatilidade permaneça por enquanto”, comenta o analista-sênior de mercados da Oanda, Craig Erlam.
"A bola de cristal, que foi ofuscada pela crise bancária, agora mostra uma oportunidade de lucro", reitera Manish Raj, diretor-gerente da Velandera Energy Partners. "Após a liquidação errática de março, cabeças mais frias começaram a prevalecer, já que os traders veem a queda nos preços do petróleo como um bom ponto de entrada", completa.
Gabriel Caldeira – Valor Econômico
