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Negócio

Diesel mais caro ainda não compensa defasagem da Petrobras


Valor Econômico - 03 fev 2025 - 08:54

O reajuste do diesel nas refinarias da Petrobras, anunciado na sexta-feira (31) e válido desde sábado (1º), não eliminou a defasagem frente às cotações do produto importado. A estatal elevou o preço do diesel em R$ 0,22 por litro, ou 6,28%, e a consultoria StoneX estima que o custo do litro do produto nas bombas suba R$ 0,25, atingindo a média de R$ 6,53, a depender do repasse das distribuidoras. Além da alta pela petroleira, o derivado também ficou mais caro devido ao reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Conforme a StoneX, com o reajuste, o diesel da estatal está R$ 0,13 abaixo da cotação internacional, ou 3,6%. A Petrobras não fez mudanças na gasolina. Segundo a consultoria, o combustível está R$ 0,13, ou 4,6%, abaixo da paridade de importação. Para a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), o diesel da Petrobras está R$ 0,34 abaixo da paridade, ou 9%. A gasolina está R$ 0,15 abaixo, ou 5%.

A leitura de analistas do mercado financeiro foi que a mudança da Petrobras indica que a política de preços foi atendida e afasta temores de intervenção do governo. Segundo o Citi, o reajuste adiciona US$ 1,5 bilhão de receita por ano para a estatal.

O preço da Petrobras para o diesel nas refinarias passou a ser de R$ 3,72 por litro desde sábado. Considerando a mistura obrigatória do produto, o aumento foi de R$ 0,19. Isso porque o combustível tem 86% de diesel A e 14% de biodiesel para compor o diesel B vendido nos postos. A parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidor passou a ser de R$ 3,20 por litro.

O reajuste da Petrobras se somou ao aumento do ICMS. O imposto sobre o diesel subiu 5%, ou R$ 0,06 por litro, para R$ 1,12.

Na sexta-feira (31), antes de os aumentos entrarem em vigor, o diesel B na bomba, conforme a ANP, estava em média a R$ 6,28. Segundo a StoneX, pode ser que o repasse dos aumentos não seja imediato, considerando que postos de combustíveis e distribuidoras têm estoques de produto.

A Petrobras também anunciou na sexta um aumento no preço do querosene de aviação (QAV) em 8%, ou R$ 0,31 por litro, a partir de sábado. Segundo a companhia, os preços acumulam alta de 15,6% desde dezembro de 2024, o que representa mais R$ 0,56 por litro. Na comparação com dezembro de 2022, o QAV tem queda acumulada de 18,3%, segundo a estatal, ou R$ 0,93 por litro.

“A Petrobras comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras, que por sua vez transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores”, informou, em nota.

Quanto ao gás natural, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, publicou em seu perfil pessoal no LinkedIn que o preço do produto teve redução de 1% para fevereiro em função das regras de reajustes previstas nos contratos com as distribuidoras. A Petrobras divulga relatório de produção e vendas referente ao quarto trimestre e a 2024 nesta segunda (3).

Kariny Leal – Valor Econômico