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Demanda de petróleo recuperará 66% da queda de 2020 em 2021, prevê Opep


EFE - 10 nov 2020 - 09:27

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê que em 2021 a demanda de petróleo crescerá em 6,5 milhões de barris por dia, o equivalente a dois terços dos 9,8 milhões que retrocedeu neste ano devido à crise provocada pela pandemia de Covid-19, afirmou nesta segunda-feira o secretário-geral da entidade, Mohamed Barkindo.

Até agora, em 2020, "a demanda de petróleo diminuiu em 9,8 milhões de barris diários, mas, em 2021, está previsto um crescimento de 6,5 milhões", disse Barkindo em conferência virtual na Conferência e Exposição Internacional de Petróleo de Abu Dhabi.

O secretário-geral da Opep declarou que, atualmente, a demanda média anual por petróleo é de cerca de 90,2 milhões de barris por dia, quase 10% menor que a de 100,1 milhões registrada em 2019. No auge do confinamento internacional da pandemia, ela havia caído para 75 milhões.

O vice-ministro da Energia da Rússia, Pavel Sorokin, que também participou da conferência, disse que embora seu país espere que a demanda de petróleo cresça nos próximos dez a 15 anos, "levará cerca de dois ou três anos para chegar novamente a 100 milhões de barris por dia".

Com relação a essas expectativas de recuperação, o ministro da Energia dos Emirados Árabes, Suhail al Mazaroul, disse que qualquer abrandamento da tensão entre Estados Unidos e China poderia aumentar a demanda nos mercados.

O ministro da Energia da Arábia Saudita, Abdul Aziz bin Salman, que também participou da conferência virtual, disse que o acordo alcançado pela Opep+ em abril para estabilizar os preços do petróleo e que vigora até o final deste ano poderia ser estendido para todo o ano de 2022.

Neste sentido, o representante saudita mostrou-se aberto a modificar os cortes de produção incluídos naquele pacto, se necessário, desde que haja consenso entre os membros do grupo.

A Opep+, que é formada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dez produtores independentes, incluindo a Rússia, concordaram em reduzir a produção após uma guerra de preços entre este país e a Arábia Saudita, o maior exportador da Opep.

O acordo previa um corte de cerca de 9,7 milhões de barris diários de petróleo até 31 de julho, e uma segunda fase que vai de 1º de agosto até o final do ano, com uma redução de 7,7 milhões.

Embora os participantes deste evento, representando alguns dos principais países produtores de petróleo, tenham reafirmado seus compromissos de melhorar a eficiência de seus produtos e reduzir as emissões de carbono, não preveem uma diminuição na demanda de petróleo a curto ou médio prazo.