Especificações técnicas do biodiesel [+ fotos]

Uma das últimas sessões do International Biodiesel Congress versou sobre as especificações técnicas do biodiesel. Até aí, nenhuma novidade, porque todo evento de biodiesel acaba por servir-se deste enfoque, até mesmo pela sua importância para o setor. No entanto, desta feita, a discussão foi um tanto quanto especial, pois pelo menos dois dos panelistas relataram sobre a evolução das discussões realizadas durante o evento, em duas reuniões específicas, sobre a harmonização das diferentes especificações até hoje existentes sobre biodiesel (e bioetanol).

Portanto, aquilo que anteriormente nos parecia impossível parece estar se materializando na forma de uma proposta para a especificação internacional do biodiesel, modelo que regerá o mercado e servirá como parâmetro de qualidade internacional para o produto. Naturalmente, este processo deverá ser relativamente lento e dependerá de muita conversação, pois muitas especificações têm características particulares que não poderão ser assim tão facilmente alteradas.

De qualquer forma, só o fato deste movimento estar se iniciando já é uma excelente notícia. Por outro lado, saibam que as tendências de recrudescimento das especificações internacionais, particularmente as européias, têm aumentado bastante nestes últimos meses, e novidades como tempos de indução de 10 horas no método Rancimat, teores máximos de 2 ppm de fósforo no produto e teores máximos de água de 500 ppm por Carl-Fischer, já estão sendo levados à discussão, juntamente com novos métodos de análise, como a medição do teor de material precipitado após período de estocagem do biodiesel em temperaturas superiores ao ponto de névoa.

Estes componentes, genericamente correspondentes a esterol-glucosídeos ou monoglicerídeos residuais, seriam os verdadeiros responsáveis pela aparição de uma névoa fina em amostra de biodiesel após armazenagem, mesmo que na temperatura ambiente. Em anexo, duas ilustrações da área dedicada aos expositores do evento.




Luiz Ramos