Energia alternativa na matriz energética
É importante ressaltar que a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo. Estimativas da International Energy Agency mostram que 35,9% da energia fornecida no Brasil é de origem renovável. No mundo, esse valor é de 13,5%, enquanto nos Estados Unidos é de apenas 4,3% (Tabela 3).
É previsível que o custo da energia obtida de fontes alternativas renováveis se tornará mais competitivo, ao longo dos próximos 20 anos, como resultado do investimento tecnológico e do ganho de escala. Entretanto, as externalidades de mercado, como a diversificação de fontes, a distribuição do risco de suprimento e a necessidade de reduzir as emissões de GEE interferirão positivamente neste aspecto, através das seguintes ações:
Tabela 3. Suprimento mundial de energia.
País | Suprimento Primário de Energia (TEP) | Energia Alternativa Renovável (TEP) | Energia alternativa Renovável (%) |
Argentina | 57,6 | 6,2 | 10,8 |
Austrália | 115,6 | 6,6 | 5,7 |
Brasil | 185,1 | 66,4 | 35,9 |
França | 265,6 | 18,6 | 7,0 |
Alemanha | 351,1 | 9,2 | 2,6 |
Reino Unido | 235,2 | 2,5 | 1,1 |
Estados Unidos | 2.281,4 | 99,1 | 4,3 |
Mundo | 10.038,3 | 1.351,9 | 13,5 |
Fonte: IEA - Renewables Information 2003, Table 1, p.8.
a. Os governos investirão quantias significativamente maiores em PD&I de bioenergia do que fariam em condições normais;
b. A iniciativa privada será induzida a investir em PD&I, por incentivos governamentais, e também o farão por iniciativa própria, dada a oportunidade de negócios;
c. O encarecimento das fontes fósseis, pelo esgotamento das reservas, elevará o patamar geral de preços de energia;
d. A pressão social por fontes alternativas renováveis incentivará a ampliação dos negócios, propiciando ganhos de escala;
e. A ação estratégica preventiva, motivada por fenômenos climáticos extremos mais freqüentes, reforçará tanto o investimento em pesquisa quanto a ampliação do consumo, favorecendo a ampliação do market share das energias alternativas renováveis;
f. Os governos utilizarão diversos instrumentos de políticas públicas destinados a fomentar a utilização de fontes alternativas renováveis, inclusa a bioenergia.
A disputa pelo espaço produtivo representará um empecilho à redução de preços de energia alternativa renovável. O custo de transporte e a portabilidade também pesarão contra a bioenergia, prevendo-se a necessidade de portentosos investimentos em logística e infra-estrutura para reduzir este custo. O cenário de Referencia da WEO 2000 prevê investimentos em energia alternativa renovável da ordem de US$ 90 bilhões, nos países da OECD, representando 10% do investimento em energia nestes países. Entretanto, no cenário de Energias Alternativas da mesma WEO, este investimento alça-se a US$228 bilhões, representando 23% do investimento total em expansão da oferta de energia da OECD.