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2006

Algas podem ser o combustível do futuro


Outubro - BiodieselBR.com - 25 out 2006 - 13:33 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Para muitos moradores que tem uma piscina em casa, ela não é mais que uma coisa verde e viscosa que se prende aos azulejos.

Só o pensamento de que elas poderiam se espalhar rapidamente faria os moradores correrem para as lojas para comprarem mais produtos químicos.

Mas algas crescendo exponencialmente e absorvendo vastas quantidades de CO2, está sendo anunciado como uma resposta aos gases do efeito estufa e como uma fonte de biodiesel e etanol.

Um experimento de um ano para encontrar a espécime certa da planta microscópica unicelular e vê-la multiplicar-se em grandes tubos de teste borbulhantes debaixo do sol quente do estado norte-americano do Arizona teve tanto sucesso que vai se expandir para estufas da usina elétrica Redhawk do Arizona, nos EUA.

Em tempo, diz o engenheiro sênior da APS Ray Hobbs, ele espera que toda essa alga vá crescer e ser convertida em combustível que vai substituir mais que um terço do gás natural usado para abastecer a usina Redhawk.

A idéia é cria de Isaac Berzin, um cientista do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Berzin estava experimentando com cultivo de algas na Estação Internacional Espacial três anos antes quando ele teve a idéia de usá-las para limpar exaustores de usinas.

Algas viram energia

As algas absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio no processo de fotossíntese. As algas são misturadas com óleos que podem ser usados para produzir biodiesel, amidos que podem ser transformados em etanol e proteínas que podem ter um nicho no mercado de alimentação de gado e peixes.

As algas absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio no processo de fotossíntese. As algas são misturadas com óleos que podem ser usados para produzir biodiesel, amidos que podem ser transformados em etanol e proteínas que podem ter um nicho no mercado de alimentação de gado e peixes.

Com uma boa previsão, Berzin também tinha um mecanismo para apoiar sua idéia, uma companhia que ele fundou chamada GreenFuel Technologies of Cambridge, Massachusetts.

Apoiados por mais de $10 milhões de capital, representantes do GreenFuel foram rapidamente ao deserto a oeste de Phoenix depois que a companhia fechou negócio com APS para conduzir um projeto piloto começando ano passado, disse Cary Bullock, CEO da GreenFuel's.

"Há muito sol, muita terra, e já que as algas não precisam de água potável para se proliferar, nós estamos no negócio," disse Bullock.

Mas há muitos problemas a resolver antes que elas possam ser produzidas em larga escala.

Como por exemplo, como proporcionar luz suficiente para maximizar o crescimento. As algas vivem na superfície da água e outras superfícies úmidas, mas a taxa de crescimento diminui para mais de um centímetro abaixo da superfície.

Também, como liberar o dióxido de carbono, que é um subproduto da geração elétrica, na água suficientemente rápido para impulsionar o máximo crescimento. GreenFuel estima que 80 % de emissões de dióxido de carbono podem ser absorvidas pelas algas durante o dia em usinas de força.
Algas
 Um pouco de alga congelada da
GreenFuel Technologies,
próximo a fábrica de Palo Verde.

 Qiang Hu, um professor assistente de ciências biológicas aplicadas na Universidade estadual do Arizona, já esteve nessa estrada antes. Qiang trabalhou durante dois anos no que cientistas japoneses esperam fosse um projeto algas-energia em fins dos anos 1990.

"Eu desejo sorte ao GreenFuel," disse Qiang. "Mas ocorreram vários problemas técnicos no Japão, sendo o mais sério que as algas se aderem às microfibras necessárias para produzir mais luz para o crescimento dentro dos containeres.

“Também, as microfibras estavam tomando muito espaço necessário para o cultivo das algas, e a conversão de energia foi de apenas 15%, que foi muito menos do que o esperado. Muito mais energia foi gasta e resultou que os custos foram muito altos."

Bullock disse que ele acha que esses problemas foram resolvidos durante os experimentos do ano passado em Redhawk. Mas ele disse que ele não pode discutir “segredos comerciais”  sobre prover luz suficiente abaixo da superfície paras as algas.

A construção de edifícios como estufas vai começar e vão totalizar 30 pés de largura por 500 pés de comprimento próximo à estação Redhawk. As algas serão cultivadas ao nível do piso das estruturas, disse Bullock.

Uma célula de alga pode produzir sete outras dentro de um período de 24 horas em ótimas condições de crescimento, disse Qiang, que explica muito do otimismo quanto a usá-las como uma fonte alternativa de combustível.

"Nossos cientistas pensam que podemos conseguir talvez até 200 toneladas de algas por acre por ano na produção em massa," disse Bullock, completando que a produção comercial é esperada para começar em 2008 no Arizona e outros lugares na Austrália e África do Sul que a companhia atingiu.

Hobbs, engenheiro da APS', disse ficar impressionado com o que viu até agora.

"O desafio é fazer as algas se reproduzirem tão rápido que elas se tornarão a cultura dominante rapidamente contra seus predadores," disse Hobbs.

"É um pepino fazer com que o ciclo se complete de nosso CO2 até uma fonte de energia para a usina, mas nós estamos empenhados no processo," disse Hobbs, completando que a APS gastou $1 para cada $10 que GreenFuel investiu no experimento.

John Sheehan de Denver, que dirigiu um projeto de pesquisa para o Laboratório Nacional de Energia Renovável no início dos anos 1990 examinando emissões de chaminés para produção de algas, disse que ele verdadeiramente acredita em focar esses experimentos no deserto do Arizona.

"O projeto foi suspenso em 1996 quando Clinton estava revendo o orçamento e cortou recursos para energia renovável porque o diesel era muito barato na época," disse Sheehan. "O deserto do sudoeste é a terra ideal para este tipo de tecnologia e só uma fração do Deserto de Sonora poderia produzir algas suficientes para suprir toda a necessidade de diesel da nação."

Sheehan disse que o país poderia produzir só 4 a 5% do total de biodiesel necessário de óleo de soja.

"Algas são uma fonte base tremendamente grande comparada a isso e a outros óleos vegetais porque você não tem que se preocupar com uma estação," disse Sheehan. "E conseguir uma grande firma como APS investir nisso é impressionante porque significa que agora esta tecnologia está sob os refletores."

Mark Shaffer
The Arizona Republic

Tradução: BiodieselBR.com

Tags: Microalgas