A realidade nordestina: oleaginosas para biodiesel

// 10 maio 2010 // Biodiesel, Selo Combustível Social

Zona da Mata - Agreste - Semi-Árido - Meio Norte

Zona da Mata - Agreste - Semi-Árido - Meio Norte

No regime de chuvas podemos dividir a região Nordeste em duas. A Zona da Mata, que é uma faixa litorânea de aproximadamente 100 quilômetros de largura, com início no litoral do sul da Bahia indo até o Piauí. E o sertão Nordestino ou semi-árido, compreendendo todo o interior da região.

O nome já diz: semi-árido. Não é deserto porque chove dois ou três meses por ano. As chuvas nessa região são irregulares tanto no espaço como no tempo, sem época de chuva definida no ano. Nos anos que chove bastante, o volume pode ultrapassar os 1000 milímetros, e nos anos de grandes secas fica ao redor de 200 milímetros. Entre a zona da mata e o sertão encontra-se uma faixa de transição chamada de agreste.

A média de chuvas no agreste varia bastante nos cerca de 900 mil quilômetros quadrados, mas não passa dos 700 milímetros por ano. Em alguns lugares essa média fica abaixo dos 500 mm.

Produzir grãos em quantidade com essa deficiência hídrica é uma tarefa que ainda não foi resolvida pelos pesquisadores. Por enquanto, a irrigação é a única solução. Mas só é possível em algumas regiões e áreas específicas. Fazer com que a grande maioria dos pequenos produtores irrigue suas plantações depende de muito investimento e tecnologia. A tecnologia existe, o que não existe é dinheiro para transferi-la para o pequeno produtor.

No sertão nordestino não existe safrinha ou segunda safra. Lá só é possível fazer uma safra por ano, isso quando chove o suficiente. Com irrigação ocorre o oposto. Não existe entressafra, é uma safra atrás da outra. O clima quente o ano inteiro permite essa prática.

Uva, manga, melão, café, entre tantos outros produtos já são produzidos na região pela iniciativa privada com irrigação, inclusive com grandes volumes de exportação.

Mas para o pequeno produtor a realidade é outra e mudá-la não é simples. A primeira coisa a ser feita é vontade política para mudar. O grande problema é que há mais de 100 anos se deseja mudar a realidade no sertão nordestino e muito pouco resultado tem sido alcançado.

O programa de biodiesel foi criado com esta situação em mente e hoje representa uma oportunidade de mudar esta situação. Por enquanto a concentração da produção nacional deixa claro que este objetivo não está sendo atingido.

E exatamente por isso que os agentes do programa devem intensificar a busca por soluções.

Consigo visualizar algumas luzes para o Nordeste e destaco aqui uma situação.

Recentemente o pesquisador da Embrapa Marcos Antonio Drummond, de Petrolina (PE), apresentou alguns resultados de sua pesquisa com o pinhão-manso no Nordeste. Ele informou que a planta não produz o suficiente com 500 mm de chuva por ano. Mas por outro lado, com plantio irrigado, já foram alcançados 4.000 quilos por hectare. O suficiente para viabilizar a cultura.

Soluções para o Nordeste existem. Precisamos de vontade política para estimulá-las.

Univaldo Vedana

Catálogo do biodiesel 2010



5 Comentários em “A realidade nordestina: oleaginosas para biodiesel”

  1. Wilson de Oliveira disse:

    A Árvore Moringa
    A árvore Moringa é das plantas mais úteis e as de mais diversificada aplicação que existe.
    As folhas frescas de Moringa contêm tanta proteína quanto um ovo, tanto cálcio quanto em 4 copos de leite, tanta vitamina C quanto 7 laranjas, tanto potássio quanto 3 bananas, 3 vezes mais ferro que nos espinafres e contêm 4 vezes mais vitamina A que nas cenouras.
    E, ainda, suas sementes produzem óleo para alimentação humana, fabrico de sabão e biodíesel. Ao contrário do Pinhão Manso, que de manso só tem o nome, pois seus restolhjes não servem nem para o fogo!!!

  2. PAULO CESAR BASTOS disse:

    Para um Brasil continental e diverso, ser progressista,sustentável e altaneiro é preciso um desenvolvimento por inteiro.
    Existe ,ainda, um grande obstáculo , político e secular, para uma estratégia permanente e desenvolvimentista para o Nordeste Brasileiro , utilizando as suas evidentes e suficientes riquezas naturais. É necessário impulsionar um compromisso republicano para viabilizar um desenvolvimento científico e tecnológico a fim de inserir o semiárido nordestino no mapa do progresso e da qualidade de vida.
    Enganos e/ou propósitos maldosos procuram difundir a inviabilidade do semiárido brasileiro. Esquecem e/ou fomentam a desinformação sobre a imensa riqueza da árida Califórnia – o mais rico estado americano- ou dos avanços tecnológicos de Israel no trato das questões do árido e do semiárido.
    O óbvio precisa ser compreendido e aplicado.
    Precisamos colocar a Ciência,Tecnologia e Inovação a serviço da produção em benefício do cidadão.
    Vale e urge uma atenção especial para a pesquisa e desenvolvimento de variedades de pinhão manso mais resistentes ao deficit hídrico e ,portanto, mais adequadas ao cultivo no semiárido.
    É importante destacar que o pinhão manso pode ser consorciado com pastagens, portanto, pode ser introduzido sem novos desmatamentos , utilizando as áreas já abertas e produzindo em conjunto com a pecuária.Alimentos e biocombustíveis de forma sustentável e sustentada.
    Precisamos trabalhar,avançar e colaborar.
    PAULO CESAR BASTOS é engenheiro civil
    [email protected]

  3. Caro Sr. Wilson respeito a sua opiniao, mas acho melhor o sr. ir estudar mais a respeito de tudo e ampliar os seus conhecimentos e sim dar declaracoes bem embasadas, e nao tulmutuar com seus comentarios exdruxolos.

  4. manoel marques disse:

    Acho que já comentei aqui em outra matéria aqui publicada que o pinhão manso mais mais parece com praga do avestruz que poucos ganharam e muitos perderam. A moringa pode sim ser uma das alternativas a se implementada. Mas o pinhão manso deve ser considerado na avaliação quando a opção for a manona pois o que li há vantagens sobre esta cultura, tanto na produção quanto pelo fato pinhão ser uma planta xerofita e que existe uma variedade nativa na região. Em recente viagem a assentamentos do incra na chapada do apodi no rio grande do norte constatei pessoalmente muitas plantas em áreas mata virgem.

  5. edson reis araujo disse:

    caro Reinaldo tadeu,o Sr.é um tremendo picareta.

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