Em defesa do etanol

// 23 abril 2007 // Biodiesel

cana-de-açucar

No texto ‘A transnacionalização do ecobesteirol‘ publicado domingo (15.04) na Folha de São Paulo, Rogério Cezar de Cerqueira Leite, físico e professor emérito da Unicamp, rebate alguns pontos defendidos pelos opositores do etanol:

Monocultura da cana
Com exceção do cultivo de hortaliças, não há em todo mundo cultura de importância econômica e social que não seja monocultura. Contrariamente ao que afirmam ecologistas de plantão, a humanidade pereceria sem ela.

Balanço energético
Segundo ecologistas a energia consumida para produzir uma unidade de álcool seria maior que aquela contida nessa mesma quantidade. Isso quase verdade para o etanol americano fermentado do milho, em que apenas 20% a mais do que aquela energia fóssil despendida são ganhos. No caso da cana brasileira, entretanto, a cada unidade de combustível fóssil despendida com a produção de álcool, 8 e meia unidades de combustível fóssil (gasolina) deixarão de ser queimados.

Degradação do Solo
O plantio da cana degradaria o solo. Ora, as terras mais férteis do globo são aquelas cultivadas há séculos. Os poucos exemplos de degradação de solos por exploração agrícola se devem a abusos devido à ignorância ou à ganância.

Fome
A cultura de cana-de-açúcar expulsaria as culturas de alimentos e, como conseqüência, haveria fome nas classes menos privilegiadas. Ora, historicamente o que causou fome ou miséria quase que nunca foi preço ou escassez de alimentos, mas desemprego e baixos salários. Apenas 3 milhões de hectares são usados para produzir etanol e a área disponível no Brasil hoje é de 300 milhões de hectares (excluindo a área com atividade agrícola, toda área ocupada por floresta ou ambientalmente sensível). Se aumentarmos o plantio de cana, teremos mais emprego e renda e conseqüentemente menos fome.

Catálogo do biodiesel 2010



Um comentário em “Em defesa do etanol”

  1. […] O BioDieselBR republicou alguns dos argumentos defendendo o cultivo do etanol para combustível, impresso originalmente na Folha de São Paulo (só para assinantes, blergh). Não vou dizer que estou totalmente convencido de que a solução para os nossos problemas consiste em desviar a produção de cachaça para os nossos carburadores tanques de combustível, mas adoro uma polêmica. Monocultura da cana Com exceção do cultivo de hortaliças, não há em todo mundo cultura de importância econômica e social que não seja monocultura. Contrariamente ao que afirmam ecologistas de plantão, a humanidade pereceria sem ela. […]

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