Preço dos CBios continua em queda na segunda quinzena de julho

O preço dos créditos de descarbonização (CBios), vinculados ao programa RenovaBio, registrou a sua segunda queda quinzenal consecutiva. Na segunda metade de julho, os títulos foram negociados por, em média, R$ 74,13, diminuição de 2,4% em relação à primeira metade do mês.

O valor também ficou 22,2% abaixo da média de 2024, de R$ 95,28, além de ser 16,5% inferior à média histórica do programa, de R$ 88,74.

Os números são resultados de cálculos realizados pelo NovaCana a partir dos dados da bolsa de valores brasileira B3, única entidade registradora do programa.

No período, os CBios foram comercializados entre R$ 69 e R$ 78,05. O menor valor foi registrado no dia 16, enquanto o maior foi visto no dia 26.

Ainda conforme a B3, foram registradas 2,41 mil negociações na quinzena, movimentando 5,18 milhões de créditos.

“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.

Posse dos CBios

No dia 31 de julho, a B3 fechou a sessão com 26,37 milhões de CBios em circulação. Do total, 51%, ou 13,45 milhões de títulos, estavam em posse das distribuidoras com metas a cumprir.

Já as usinas certificadas no programa detinham 12,17 milhões de créditos, o equivalente a 46,1% do montante. Por fim, os 750,59 mil créditos restantes (2,8%) estavam com investidores sem metas – dentre eles, 75,25 mil CBios estavam em posse de instituições financeiras.

Com isso, os CBios atualmente em circulação seriam suficientes para alcançar 56,9% da meta estipulada para o RenovaBio, que foi atualizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para 46,37 milhões de créditos.

Além do objetivo definido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 38,78 milhões de títulos, o valor determinado pela ANP também considera os 7,59 milhões de CBios que não foram entregues em 2023.

Emissões

Desde o começo de abril até agora, as unidades produtoras já emitiram 13,98 milhões de créditos.

De acordo com a ANP, 333 usinas possuem certificações do RenovaBio aprovadas no momento. Destas, quatro fabricam biometano e outras 38, biodiesel.

Dentre as 291 usinas de etanol certificadas, 277 utilizam somente a cana-de-açúcar como matéria-prima; cinco processam cana e milho; oito, apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada.

Ao longo de 2024, essas companhias já escrituraram 24,4 milhões de CBios.

Por sua vez, desde o início do programa, em 2020, até agora, 140,62 milhões de créditos foram emitidos pelas usinas.

Aposentadorias

Na segunda quinzena de julho, 250,81 mil CBios foram retirados de circulação, uma alta de 36,4% em relação aos 183,87 mil que foram aposentados no mesmo período de 2023.

Desde o início de abril até agora, 5,53 milhões de CBios saíram do mercado, totalizando 11,9% da meta estipulada para 2024.

Assim, considerando os títulos disponíveis no mercado, as aposentadorias antecipadas – que totalizaram 2,3 milhões de créditos, segundo a ANP – e os CBios que foram retirados de circulação desde abril, o total chega a 34,2 milhões de títulos, ou 73,8% da meta anual.

De acordo com a B3, a mais recente aposentadoria realizada por partes não obrigadas aconteceu em novembro de 2023. Na ocasião, apenas dez títulos foram retirados de circulação.

Giully Regina – BiodieselBR.com & NovaCana{/viewonly}