O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Leonardo Gadotti, não acredita na ocorrência de grandes problemas de adulteração na mistura de 2% de biodiesel ao óleo diesel vendido no país a partir de 1º de janeiro. De acordo com o executivo, o controle contra fraudes precisará aumentar a partir de 2009. A partir do ano que vem, por determinação legal, todo o diesel vendido no país deve conter mistura de 2% de biodiesel.
No ano que vem teremos a volta de apresentação do biodiesel. Em 2009 é que o carro-madrinha sairá da frente para a corrida começar, disse Gadotti.
A terminologia da Fórmula 1 foi utilizada por Gadotti para pontuar as diferenças de mercado que devem ocorrer entre 2008 e 2009. Segundo ele, os volumes necessários para a adoção de 2% de biodiesel ao diesel vendido serão fornecidos pela Petrobras, o que diminui os riscos de fraude. A partir de 2009 é que os revendedores terão maior liberdade para definirem seus fornecedores.
Neste momento, nada impede que o biodiesel esteja mais barato que o diesel comum, levando alguns vendedores a colocar mais de 2% na mistura. Da mesma forma, o diesel pode estar mais barato, levando outros a reduzir a mistura de biodiesel, ponderou Gadotti.
Atualmente, não há um teste simples para averiguar a porcentagem de biodiesel no diesel, a exemplo do que acontece com o álcool anidro adicionado na gasolina. No caso do etanol, mistura-se 50% de gasolina a 50% de água em um frasco, que é sacudido. A água tem o poder solvente de arrastar o álcool contido na gasolina, o que permite ao técnico determinar imediatamente o volume de etanol presente na gasolina, que deve ser de 25%.
Gadotti fez questão de afirmar, no entanto, que o Sindicom trabalha com universidades para descobrir um solvente que permita teste semelhante com o diesel e o biodiesel. Com certeza teremos um teste pronto para 2009, ressaltou.
O executivo, que também é diretor de suprimentos e distribuição da Esso no Brasil, afirmou ainda que a marca da gigante americana ainda será vista por um bom tempo no Brasil e frisou que a companhia não comenta especulações, ao se referir à comentada possibilidade de a petroleira vender seus ativos no país para a Petrobras. Atualmente, a Esso possui 1.700 postos no Brasil com 7,2% do total das vendas de combustíveis realizadas pelos associados do Sindicom.
Rafael Rosas