O retorno das pequenas usinas regionais
Em algumas regiões do Brasil fazer biodiesel para consumo próprio voltou a ser viável ou está muito próximo de acontecer. Depois da euforia de 2005 e 2006 quando os óleos vegetais custavam a metade de um litro de diesel e fazer biodiesel para consumo próprio reduzia o custo com combustível em 30% ou 40%, essa é a primeira vez que isso volta a acontecer. Em 2006, com a alta continuada do preço do óleo de soja, a produção para consumo próprio se tornou inviável.
Como tudo que sobe, desce, os óleos vegetais também não poderiam permanecer com preços nas alturas indefinidamente. Já se passaram dois anos de preços altos e com as atuais turbulências financeiras internacionais, os óleos vegetais cederam a patamares que, em algumas regiões, já viabilizam a produção de biodiesel para consumo próprio, concorrendo no preço final com o diesel de petróleo.
Produzir seu próprio combustível é um sonho de consumo de grande parte dos produtores rurais. Depender apenas da terra e da produção agrícola para movimentar suas máquinas era algo impensável há cinco anos. Hoje uma realidade palpável, que depende apenas de alguns pequenos ajustes no preço do diesel, do óleo vegetal e na escolha da melhor oleaginosa para cada região.
Os preços dos derivados de petróleo são definidos por muitos fatores internacionais e tendem a permanecerem altos, enquanto o preço do biodiesel pode ser alterado para baixo, dependendo da oleaginosa, do grau de tecnologia aplicada na produção e na sua produtividade. Ou seja, o produtor pode reduzir o custo de produção de seu combustível.
Para quem está nessas regiões onde o biodiesel começa a ser viável, vale lembrar que o biodiesel é uma energia que se planta. Portanto, plante primeiro a oleaginosa depois construa a usina. Não faça a usina dependendo de comprar o óleo vegetal no mercado.
Univaldo Vedana é
analista do setor de biodiesel e responsável pela primeira fábrica de
biodiesel do país abrangendo todo o processo de produção.
