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Negócio

Petróleo sobe e Brent supera marca dos US$ 100 com possível corte de produção da Opep


Valor Econômico - 24 ago 2022 - 09:26

Os contratos futuros do petróleo fecharam a sessão desta terça-feira (23) em forte alta, com a referência global da commodity, o Brent, retomando a marca dos US$ 100 em meio a uma valorização do dólar e após comentários de autoridades da Arábia Saudita sugerindo a possibilidade de novos cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

O contrato do petróleo Brent para outubro fechou em alta de 3,87%, a US$ 100,22 por barril, enquanto o do WTI americano para o mesmo mês subiu 3,74%, a US$ 93,74 por barril. O índice dólar DXY, que normalmente tem correlação negativa com o petróleo, operava em queda de 0,44%, a 108,562 pontos.

De acordo com uma notícia da agência de notícias estatal SPA, o ministro saudita da Energia, o príncipe Abdulaziz bin Salman, disse, ontem, que a Opep+ tem a capacidade de lidar com os desafios no mercado de energia, inclusive por meio de novos cortes de produção. O ministro também afirmou que o mercado futuro de petróleo está se tornando cada vez mais desconectado do mercado físico, sugerindo que o grupo pode reduzir a oferta de petróleo.

"Os preços do petróleo estão subindo, conforme o rali do dólar foi interrompido abruptamente, em meio a receios sobre o crescimento econômico", disse Edward Moya, analista sênior de mercados da Oanda, em nota. "Um enfraquecimento da economia americana deveria ser uma notícia ruim para o petróleo, mas os dados econômicos fracos de hoje sugerem que a Opep+ poderá justificar mais facilmente os cortes de produção."

Os dados econômicos dos Estados Unidos vieram bem piores do que o esperado, reforçando o argumento a favor de uma redução do ritmo de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano) para evitar uma desaceleração econômica exagerada nos EUA. O PMI de serviços americano caiu a 44,1 pontos em agosto, de 47,3 da leitura anterior e contrariando a expectativa, que era de alta a 49 pontos, enquanto o PMI industrial recuou a 51,3 pontos, contra expectativa de leitura a 51,9 pontos.

As vendas de casas novas nos Estados Unidos caíram 12,6% em julho, para uma taxa anualizada de 511 mil unidades, ficando bem abaixo da expectativa de consenso, que era de queda de 2,7%, a 574 mil. Já o índice de atividade industrial do Fed de Richmond caiu a -8 em agosto, contra expectativa de leitura a -5 pontos.

André Mizutani – Valor Econômico