PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Soja

Soja


r - 02 jan 2014 - 23:00 - Última atualização em: 14 mai 2014 - 13:52

Soja 

A soja reina absoluta no Brasil. Trata-se da oleaginosa com maior área plantada no país. A produção brasileira gira em torno de 60 milhões de toneladas por ano e é destaque no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos em tamanho. As dimensões quase continentais das lavouras de soja no país garantiram a essa matéria-prima o pódio também entre as oleaginosas utilizadas na produção de biodiesel. Deriva dela nada menos que 80% da produção nacional do combustível.

Para os especialistas, a liderança da soja é uma questão de conveniência no Brasil. Nenhuma outra oleaginosa possui disponibilidade e produção capazes de atender à demanda, e, mais importante, conjugar preço e viabilidade dentro do mesmo pacote. Além disso, a venda no mercado interno para a produção de biodiesel garante mercado para o óleo que não é exportado, uma situação vantajosa para os produtores brasileiros.

Quando o governo federal deu início ao Programa Nacional do Uso e Produção de Biodiesel, o foco era a mamona, mas foi a soja que ganhou espaço e chegou à liderança. Pesa contra ela, no entanto, a desvantagem de ter uma produção de óleo por hectare baixa e o fato de o biodiesel resultante ter problemas com o alto índice de iodo, o que não atende às especificações europeias.

Na bancada do laboratório, a soja não é a matéria-prima ideal para o biodiesel, já que a molécula do óleo tem mais ácidos graxos poli-insaturados do que monoinsaturados. Essa característica contribui para que o produto final seja menos estável e mais propenso a sofrer alterações, duas características pouco desejáveis em um combustível.

Além disso, a soja já é uma cultura consolidada no Brasil. É improvável que sua cultura sofra avanços significativos nos próximos anos, o que torna as perspectivas para essa matéria-prima ruins no longo prazo. A presença da soja no mercado do biodiesel, no entanto, não deve ser reduzida tão cedo, uma vez que nenhuma oleaginosa até o momento apareceu em condições de ocupar significativamente o espaço dela.

É de se esperar que o óleo desse grão continue ocupando a maior parte no mix de matérias-primas do diesel verde. Pelo menos até que outra cultura, ou outras culturas, consigam atingir condições tão ou mais favoráveis que a soja.

Características da Planta

Os produtores rurais de todo o país continuam apontando para a falta de uma política agrícola coerente e de longo prazo para o país...

Análise do mercado da soja

O germoplasma de soja possui grande diversidade quanto ao ciclo (número de dias da emergência à maturação), variando de 70 dias para as mais precoces a 200 dias para as mais tardias.

De modo geral, as variedades brasileiras têm ciclo entre 100 e 160 dias e, para determinada região, podem ser classificadas em grupos de maturação precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio.

O ciclo total da planta pode ser dividido em duas fases: vegetativa e reprodutiva.

A fase vegetativa é o período da emergência da plântula até a abertura das primeiras flores, e a fase reprodutiva compreende o período do início da floração até a maturação.

A estatura da planta é altamente dependente das condições ambientais e do genótipo da variedade. No Brasil, variedades comerciais normalmente apresentam altura média de 60 a 120 cm.

O número de flores produzidas é maior do que o que a planta pode converter efetivamente em vagens.

O Fenômeno

A revolução socio-econômica e tecnológica protagonizada pela soja no Brasil, pode ser comparada ao fenômeno ocorrido com a cana de açúcar no Brasil Colônia e do café no Brasil Império. A soja responde por uma receita cambial direta para o Brasil de mais de oito bilhões de dólares anuais e muitas vezes esse valor, se considerados os benefícios que gera ao longo da sua extensa cadeia produtiva.

A soja liderou a implantação de uma nova civilização no Brasil central, levando o progresso e o desenvolvimento para a região despovoada e desvalorizada, fazendo brotar cidades no Cerrado.

O explosivo crescimento da produção de soja no Brasil, de quase 30 vezes no transcorrer de apenas três décadas, determinou uma cadeia de mudanças sem precedentes na história do País.

Também, ela apoiou ou foi a grande responsável pela aceleração da mecanização das lavouras brasileiras; pela modernização do sistema de transportes; pela expansão da fronteira agrícola; pela profissionalização e incremento do comércio internacional; pela modificação e enriquecimento da dieta alimentar dos brasileiros; pela aceleração da urbanização do País; pela interiorização da população brasileira (excessivamente concentrada no sul, sudeste e litoral); pela tecnificação de outras culturas (destacadamente a do milho); assim como, impulsionou e interiorizou a agroindustria nacional.