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Produção e consumo

Mercado mundial de biodiesel deve ter forte crescimento, afirma estudo da FAO


BiodieselBR.com - 17 jul 2012 - 09:52

Publicado na semana passada em Roma, o estudo “Perspectivas Agrícolas 2012-2021” indica que os mercados para os principais produtos agrícolas deverão se manter aquecidos ao longo da próxima década. Os preços permanecerão elevados embora com menos volatilidade.

Elaborado conjuntamente pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o documento inclui um capítulo dedicado aos biocombustíveis que parece oferecer perspectivas de crescimento bastante animadoras para essa indústria.

Produção de biocombustíveis
A produção global tanto de etanol quanto de biodiesel deverá manter uma trajetória estável de crescimento pelos próximos anos. No caso do biodiesel, as projeções elaboradas pelos pesquisadores indicam que a produção deverá crescer dos quase 25 bilhões de litros registrados no ano passado, para pouco mais de 42 bilhões de litros em 2021. A projeção para o Brasil é bastante conservadora, não chega nem a acompanhar o crescimento esperado no consumo de diesel. Os principais produtores deverão ser (do maior para o menor): União Europeia, Estados Unidos, Argentina, Brasil e Índia (veja tabela ao final do texto).

Depois de registrarem picos em seus preços em 2008 e 2011, as cotações dos principais biocombustíveis deverão cair de forma suave até 2013, quando se estabilizarão, mantendo praticamente os mesmos patamares de preços reais até o final do período analisado (corrigindo apenas a inflação). Os pesquisadores projetaram que os preços acompanharão o mesmo comportamento esperado dos valores das principais commodities agrícolas. No caso do biodiesel, os preços reais deverão se estabilizar por volta dos US$ 1,35 por litro. Já no etanol o valor deverá ficar em US$ 0,70.

Mercado global
O mercado global de biocombustíveis deverá se tornar uma realidade nos próximos anos. As exportações mundiais de etanol deverão avançar com força, saindo dos 3,9 bilhões de litros registrados na média entre 2009 e 2011 para quase 12 bilhões de litros comercializados em 2021. A perspectiva é que o Brasil seja a estrela desse mercado com exportações de quase 11,4 bilhões de litros.

No segmento de biodiesel o crescimento das exportações será bem menos exuberante. Na média dos últimos anos, o comercio mundial ficou em 2,1 bilhões de litros e deverá chegar a 3,7 bilhões até o final da série. A Argentina deverá se manter a maior exportadora desse mercado.

Biocombustíveis x Alimentos
A produção de biocombustíveis irá absorver uma parcela crescente da produção agrícola. Por volta de 2021, 34% da cana-de-açúcar, 16% dos óleos vegetais e 14% dos cereais (menos trigo e arroz) serão consumidos na produção de biocombustíveis. Além dessa demanda adicional, o estudo também indica que a demanda por alimentos deverá aumentar de forma acelerada nos próximos anos.

Esse aumento não poderá ser atendido pela simples abertura de novas fronteiras agrícolas. A previsão é que, até 2050, cerca de 69 milhões de hectares serão adicionados aos estoques mundiais – o equivalente a 5% das terras aráveis disponíveis hoje. Para atender ao novo patamar de consumo, portanto, o setor agrícola precisará se concentrar na produtividade e diminuir a abismos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. A recuperação de terras degradadas também terá seu papel na solução desse impasse, atualmente 25% da área agrícola está em más condições.

A íntegra do estudo pode ser acessada aqui e o sumário com os destaques aqui (PDF em inglês).

Etanol
País Produção %
Estados Unidos 82,6 45,8
Brasil 51,3 28,4
União Europeia 15,7 8,7
China 10,1 5,6
Outros 20,7 11,5
Total 180,4 100

 

Biodiesel

País Produção* %
União Europeia 19,9 47,7
Estados Unidos 5,1 12,2
Argentina 4,2 10,1
Brasil 3,2 7,7
Índia 1,4 3,4
Outros 7,9 18,9
Total 41,7 100

* Em bilhões de litros

Fonte: OCDE e FAO


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Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com