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Com preços altos, Cargill lucrou mais no Brasil em 2012


Valor Econômico - 24 abr 2013 - 09:27 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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A Cargill Agrícola, subsidiária brasileira da gigante americana do agronegócio, superou os reflexos das incertezas que dominaram a economia global e, ancorada em preços elevados de commodities como soja e milho, encerrou 2012 com resultados em geral melhores que os obtidos no ano anterior.

Segundo balanço publicado ontem, a empresa registrou receita operacional líquida consolidada de R$ 24,186 bilhões, 28,2% superior à alcançada em 2011, e lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 404,1 milhões, 80,9% maior em igual comparação.

Além das turbulências externas, a empresa destacou que houve "mudanças importantes na condução da economia no país" que determinaram "um cenário de negócios bastante volátil e um tímido crescimento de 0,9% no PIB", mas que "a diversidade nos segmentos de atuação e no portfólio de produtos, somada à experiência global da empresa em gerenciamento de riscos", proporcionaram "condições de equilíbrio" para a condução dos negócios".

No plano doméstico, a subsidiária brasileira da multinacional destacou que algumas medidas adotadas pelo governo ajudaram a amenizar os efeitos da desaceleração das economias europeia, americana e chinesa, entre as quais a redução da taxa básica de juros para 7,25%, iniciativas de estímulo ao crédito, cortes nos custos de energia e mesmo investimentos em infraestrutura.

Mas, como não poderia deixar de ser, a Cargill Agrícola reconheceu que o "efeito preços" foi fundamental. "A seca nos EUA, que afetou a produção de milho naquele país [na safra 2012/13], trouxe uma vantagem competitiva ao Brasil para exportação desta commodity. O volume de chuvas em tempo e quantidade adequadas para a produção de cacau também influenciaram em bons resultados para o mercado de chocolates e derivados de cacau".

No balanço que publicou, a Cargill Agrícola informou, ainda, que apresentou melhora em seu índice de liquidez corrente - de 1,82, em 2011, para 2,00 em 2012 -, mas seu endividamento total aumentou 8% na comparação em virtude de investimentos realizados no ano passado.

Entre esses investimentos, a subsidiária elencou seu ingresso no mercado de biodiesel, com a inauguração de uma unidade de produção em Três Lagoas (MS), a expansão dos aportes nas joint ventures que mantém no segmento sucroalcooleiro, avanços nas áreas de consumo e de food service e a construção de uma refinaria de milho em Castro (PR).

A empresa informou que o volume de produtos agrícolas originados, processados no país e comercializados somou 24 milhões de toneladas em 2012, ante 22 milhões em 2011. Desse total, 81% foi destinado à exportação e 19% ao mercado interno, onde a empresa concentra as vendas de produtos processados de maior valor agregado.

Conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques da Cargill Agrícola totalizaram US$ 4,151 bilhões em 2012, 3,1% mais que em 2011. A empresa foi a sexta maior exportadora do país no ano, atrás de Vale (US$ 25,570 bilhões), Petrobras (US$ 22,110 bilhões), Bunge Alimentos (US$ 6,321 bilhões), BRF (US$ 5,188 bilhões) e Embraer (US$ 4,952 bilhões). No setor de agronegócios, portanto, perdeu apenas para Bunge e BRF.

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Fernando Lopes – Valor Econômico