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Embrapa Agroenergia realiza 1ª reunião do Conselho Assessor Externo


Assessoria Ubrabio - 14 dez 2012 - 12:16 - Última atualização em: 14 dez 2012 - 14:54
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Nesta terça-feira (11), aconteceu a primeira reunião do Conselho Assessor Externo (CAE) da Embrapa Agroenergia. O encontro foi realizado no edifício sede da Embrapa Agroenergia em Brasília (DF), e serviu para apresentar os integrantes do CAE à equipe da unidade e escolher o coordenador da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel, Rodrigo Rodrigues, como o primeiro presidente do novo organismo. Também foram realizadas apresentações sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pela unidade.

Presente em todas as unidades da Embrapa, o CAE auxilia no planejamento estratégico, na definição de temas para pesquisa e no acompanhamento dos resultados obtidos. O objetivo é facilitar a identificação de tendências no cenário de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) que sejam relevantes aos objetivos de cada unidade.

A reunião
Logo após a apresentação dos membros do CAE, o diretor-executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Jr.,  destacou o relevante papel desempenhado pelos CAEs: “São parceiros estratégicos da Embrapa. Nós temos hoje 47 unidades da Embrapa distribuídas em todo o país. Estes conselhos são fundamentais nessa relação da Embrapa com a sociedade”, disse.

Durante sua fala, Waldyr Stumpf abordou diversos temas que vão desde o contexto rural e os seus desafios; o processo de produção, além de programas de governo e ações de transferência de tecnologia. Na palestra, o professor destacou a importância da modificação da matriz energética. De acordo com ele, o mundo inteiro busca energias alternativas e renováveis a fim de atender um crescimento exponencial da população mundial.

O palestrante salientou que as questões ambientais e as mudanças climáticas são grandes desafios a serem enfrentados. Segundo Stumpf , “nós temos avaliações na Embrapa de mais de cem anos de dados acumulados. Nós temos estações agroclimatológicas que coletam dados três vezes por dia desde 1888. Nesse período, nós constatamos que a média das temperaturas mínimas aumentou 1,7 graus centígrados. A média aumentou de 1,5 a 1,7 graus. O efeito disso sobre todo o sistema é considerável. Isso tem uma interferência direta sobre os sistemas de produção e sobre os ciclos biológicos”.

Para o enfrentamento desses problemas, o professor destacou que é importante observar a matriz energética mundial. “No Brasil, contamos com a matriz mais sustentável do mundo. Cerca de 40% a 45% da nossa energia vêm de fontes renováveis, mas, infelizmente, não é o que acontece com os países desenvolvidos onde o uso de petróleo e outros combustíveis fósseis são predominantes para a obtenção de energia. Com o aumento do consumo em virtude do crescimento da população mundial, estamos estimulando o aumento da temperatura global. Temos que encontrar alternativas para esta questão”, disse.

Stumpf disse que a agricultura, nos dias atuais, passa a ser encarada como a nova indústria do futuro e não apenas um setor produtor de alimentos. “Nós hoje pensamos em fibras; em derivados químicos a partir dos produtos da agricultura e da pecuária; novos materiais; química fina; a questão da biomassa; a questão da energia. Portanto, temos uma visão muito mais eclética e não mais de uma agricultura supridora de alimentos para a sociedade, explicou.

Antes da 2° apresentação do dia, o integrante do CAE e presidente do Conselho Superior da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, presenteou os demais integrantes do Conselho com o livro: “Combustíveis no Brasil: Desafios e Perspectivas”. Ferrés, que é autor do capítulo específico sobre biodiesel da publicação organizada pelo ex-diretor da ANP, Allan Kardec Duailibe.

Em seguida, o Chefe Geral da Embrapa Agroenergia, Dr. Manoel Teixeira Souza, apresentou uma visão geral da unidade contando sua história e as perspectivas para o futuro. Em seu discurso, reforçou a importância de estar atento aos avanços tecnológicos. “O setor de transporte, que utiliza combustíveis líquidos em quase sua totalidade, corre o risco de num futuro próximo, ter esse paradigma quebrado. Se isso vier a acontecer, essa unidade deve estar pensando em alternativas.” afirmou.

Segundo Manoel, um grande nicho de oportunidades será a utilização de resíduos gerados nas diversas cadeias produtivas como matérias-primas de produtos de médio, e alto valor agregado. “Nesse contexto, nós temos pensado mais e mais nessa lógica de biorefinaria”, disse.

Diversificação 
O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Dr. Guy Capdeville, realizou a apresentação sobre a carteira de projetos da unidade e suas conexões com o Plano Nacional de Agroenergia.

No decorrer de seu discurso, Capdeville apresentou o projeto “Dendê Palma” que acabou de ser aprovado e conta com um orçamento de aproximadamente R$ 10 milhões. O chefe de pesquisa da Embrapa Agroenergia afirmou que a empresa lidera o sequenciamento do genoma desta matéria-prima. Ele também destacou o fortalecimento da capacidade técnica da Embrapa nos últimos anos. “Nós temos hoje a competência técnica para atuar em qualquer frente de conhecimento. Seja na área de agroenergia ou na área de biotecnologia”, disse.

O palestrante informou que, no Brasil, ainda não temos como atender a demanda do setor de aviação com bioquerosene usando soja e cana, mesmo em um cenário de 20% adicionado ao querosene fóssil. “Se nós fossemos atender a essa demanda, nós teríamos que esmagar todos os grãos de soja que o Brasil produz só para isso, o que resultaria, no mínimo, num conflito diplomático com China e a União Europeia”, afirmou.

Para Capdeville, “nós devemos trabalhar outras biomassas, e esse é o papel da Embrapa”. A solução, segundo o palestrante, “é fazer ações voltadas às palmáceas como o babaçu, inajá, tucumã, macaúba, entre outras. Essas serão as alternativas viáveis para a produção de bioquerosene, de biodiesel e de qualquer outro biocombustível”, conclui.

A reunião prosseguiu com visita aos laboratórios da Unidade, apresentação sobre o segundo Plano Diretor da Embrapa Agroenergia e a discussão do novo Plano Diretor da Unidade (PDU).

Composição do CAE da Embrapa Agroenergia:
• Carlos Eduardo Vaz Rossel - Diretor do Programa Industrial do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE);
• José Gerardo Fontelles –Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);
• José Manuel Cabral de Sousa Dias – chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia e secretário-executivo do CAE; 
• Juan Diego Ferrés - presidente do Conselho Superior da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio)
• Luiz Henrique Capparelli Mattoso – chefe-geral da Embrapa Instrumentação;
• Marcos Guimarães de Andrade Landell – diretor do Centro de Cana do Instituto Agronômico de Campinas (IAC);
• Mariângela Rebuá de Andrade Simões - diretora-geral do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores e copresidente do Global Bioenergy Partnership (GBEP);
• Roberto Rodrigues – ex-ministro da Agricultura e Coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EESP);
• Rodrigo Augusto Rodrigues - subchefe adjunto da SAG/Casa Civil e coordenador da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel (CEIB);
• Vitor Hugo de Oliveira – chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical