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Macaúba

Embrapa quer melhorar colheita e extração de óleo da macaúba


Assessoria de Imprensa Embrapa - 11 mar 2013 - 09:44 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
macauba embrapa_110313Encontrada naturalmente em grande parte do território brasileiro, a macaúba (Acrocomia aculeata) pode ser tornar uma matéria-prima promissora para a fabricação de biodiesel e outras indústrias. No entanto, isso ainda depende de desenvolvimento tecnológico em várias etapas do sistema produtivo. Para contornar os problemas relacionados à colheita e à extração do óleo de macaúba, a Embrapa inicia este ano um novo projeto de pesquisa com três anos de duração.

A pesquisadora Simone Palma Favaro, da Embrapa Agroenergia, conta que, atualmente, os frutos da macaúba são colhidos do chão, depois de se desprenderem naturalmente dos cachos. Ela explica que, por isso, parte da produção chega às indústrias já em processo de deterioração. A equipe de pesquisa vai testar duas estratégias de colheita que podem reduzir esse problema: o corte dos cachos inteiro (como se faz hoje com o dendê); e a instalação de coletor junto às palmeiras para captar os frutos.

Uma das perguntas que os pesquisadores querem responder é se o corte do cacho inteiro resulta na colheita de frutos verdes junto com os maduros. A viabilidade técnica e econômica de realizar esse tipo de coleta numa planta de porte alto como a macaúba também será avaliada. No sistema com o coletor, a equipe precisará verificar quanto tempo os frutos podem ficar no recipiente sem perder qualidade. 

Extração do óleo
A pesquisa também desenvolverá métodos físicos para a extração do óleo da polpa dos frutos. A polpa é a fração da macaúba que apresenta o maior volume de óleo – até 80% do total. Contudo, como o material é gomosa e se deteriora com facilidade, o processo de extração fica dificultado.  “Nossa ideia é desenvolver métodos físicos em vez de usar solventes porque o mundo está caminhando para processos mais limpos e sustentáveis”, diz a pesquisadora. 

O alto teor de ácido oleico do produto (chega a 60%) e a resistência à armazenagem favorecem a fabricação do biodiesel. A produtividade pode chegar a 4 toneladas de óleo por hectare, que pode ser considerada alta, tratando-se de plantas que ainda não passaram por nenhum tipo de melhoramento genético. Os coprodutos, como tortas, cascas e o coquinho que envolve a semente, constituem-se em importante fonte de energia e podem ser utilizados na produção de derivados com alto valor agregado, como rações animais e carvão ativado.

A pesquisa iniciada na Embrapa vai avaliar também características do óleo importantes para o uso industrial, tais como estabilidade oxidativa e comportamento frente ao aquecimento. Será objeto de estudo, ainda, o processo de refino, com base nos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para outros óleos. “O óleo precisa ser refinado para atender tanto ao mercado alimentício quanto o de biocombustíveis”, explica Simone.

Coprodutos
Outra atividade do projeto será a caracterização dos produtos e coprodutos da macaúba: folhas, diferentes partes do fruto e tortas de polpa e amêndoa. Serão avaliadas características químicas como teor de carboidratos, proteínas e, especialmente fibras. “Nosso objetivo é aprofundar o conhecimento sobre os componentes da macaúba, pensando tanto em atender ao mercado de ração animal quanto em identificar compostos que possam ser utilizados pela indústria química”, afirma a pesquisadora da Embrapa Agroenergia. 

A equipe também quer entender quais moléculas conferem a característica de gomosidade à polpa da macaúba. Simone diz que as informações geradas podem servir como base para futuros projetos que tenham como objetivo remover ou aproveitar os componentes relacionados a essa característica. O projeto de pesquisa é liderado pelo pesquisador Fábio Galvani, da Embrapa Pantanal. 

Além da Embrapa, o projeto também conta com o apoio da Associação dos Moradores da Comunidade de Antônio Maria Coelho, da Fundação Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, da Fundação MS, da Universidade Católica Dom Bosco, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, da Universidade Federal de Viçosa, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e da indústria Chamel.

Com adaptação BiodieselBR.com