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Espanha

Espanha quer priorizar biodiesel europeu em retaliação à Argentina


O Globo - 18 abr 2012 - 09:10 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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O impasse envolvendo os governos da Argentina e da Espanha ganha novos elementos nesta quarta-feira. Segundo o jornal El Pais, o governo espanhol está finalizando uma proposta para dar prioridade a fornecedores europeus para compra de biodiesel. A medida deve reduzir as importações do combustível da Argentina, que cresceram de 90 milhões para 800 milhões de litros nos últimos anos. De acordo com a APPA, associação de produtores espanhóis, em matéria publicada em março pelo El Pais, as importações de biodiesel, quase inteiramente da Argentina e da Indonésia, abasteceram no último trimestre de 2011 uma fatia de 89% do mercado espanhol.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, está no México para pedir o apoio dos líderes latino-americanos na ação que os espanhóis pretendem mover contra a decisão argentina de expropriar a petrolífera YPF, administrada pela Repsol. Rajoy participa do Fórum Econômico Mundial sobre América Latina, em Puerto Vallarta, na região de Jalisco. Rajoy participa de mesa-redonda sobre medidas adotadas pelos governos para reagir à recessão econômica global. Há ainda uma reunião com o presidente do México, Felipe Calderón. O primeiro-ministro pretende ir também à Colômbia para conversar com o presidente Juan Manuel Santos.

Porém, ainda na Espanha, Rajoy pretende se reunir com os três principais candidatos presidenciais - Enrique Peña Nieto (Partido Revolucionário Institucional, o PRI), Josefina Vázquez Mota (Partido Ação Nacional , o PAN) e Andrés Manuel Lopez Obrador (Partido da Revolução Democrática, o PRD).

Na segunda-feira, a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou a proposta de expropriação da YPF. Pelo texto, em discussão no Congresso Nacional da Argentina, 51% das ações da empresa petrolífera serão expropriadas - o governo federal ficará com 26,06% e as regiões produtoras com 24,99% -, enquanto os restantes 49% serão de responsabilidade das províncias (estados) nas quais a empresa atua. O governo argentino alega que a empresa Repsol, que administra a YPF, cometia uma série de irregularidades, como violações ao meio ambiente. As autoridades informaram que não pagarão o valor exigido pelos empresários espanhóis pela expropriação.

A iniciativa da Argentina gerou uma série de contestações na Espanha. As autoridades espanholas condenaram a medida e prometem levar o caso à Justiça internacional. Para as autoridades, a decisão ameaça a relação de cordialidade entre os dois países.