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Energia

Bioenergia produzida na América Latina não compromete a sustentabilidade


AGÊNCIA FAPESP - 27 mar 2010 - 08:45 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:12

Encerrada na última quinta, dia 25, a Convenção Latino-Americana do projeto Global Sustainable Bioenergy (GSB) destacou, entre outras conclusões, que a produção de bioenergia na América Latina é especialmente eficaz em termos de sustentabilidade e tem grande potencial de expansão sem implicar no comprometimento da segurança alimentar, do meio ambiente ou da biodiversidade.

O evento, realizado na sede da Fapesp, em São Paulo, foi a terceira convenção realizada pelo Projeto GSB, depois de reuniões ocorridas na Holanda e na África do Sul. Mais duas convenções estão marcadas, para junho, na Malásia, e julho, nos Estados Unidos. O objetivo principal é fornecer uma plataforma para oportunidades, desafios e preocupações regionais e transnacionais relacionados à bioenergia.

Na sessão de encerramento, os organizadores manifestaram que o continente latino-americano provou ter potencial para assumir um importante papel no fornecimento de biocombustíveis para a crescente demanda local e global. A produção de etanol no Brasil e de biodiesel na Argentina foram apontadas como experiências bem-sucedidas de uso da bioenergia para um desenvolvimento sustentável.

De acordo com o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, a convenção realizada no Brasil obteve sucesso ao levar à comunidade científica internacional envolvida com o Projeto GSB a visão dos brasileiros e latino-americanos sobre as grandes oportunidades que os biocombustíveis podem representar.

– O Brasil tem uma posição muito especial – tanto no grupo envolvido com o Projeto GSB como no mundo – no debate internacional sobre biocombustíveis, já que é o único país que realizou a substituição em larga escala da gasolina por biocombustíveis. Por outro lado, o GSB cria uma caixa de ressonância para as ideias brasileiras nessa área – disse.

O presidente do comitê diretor do projeto GSB, Lee Lynd, professor de biologia do Dartmouth College (Estados Unidos), lembrou que o Brasil representa metade da bioenergia produzida na América Latina.

– E o mais impressionante é que o país ainda tem muito a crescer nesse setor. Mas talvez fosse melhor que alguns de seus vizinhos também mantivessem a produção de biocombustíveis para trocar produtos e tecnologias – afirmou.

Segundo ele, o país tem um papel de liderança na pesquisa, na produção e na implementação de sistemas de bioenergia.

– O uso de bioenergia no Brasil e nos Estados Unidos não tem paralelo no mundo. Mas os Estados Unidos são mais defensivos ao analisar mecanismos de sustentabilidade – disse Lynd.

O comitê responsável pela organização da convenção latino-americana do GSB prepara uma resolução a respeito da importância, do papel e do desenvolvimento da bioenergia sustentável no continente, que será divulgada na próxima semana.