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Brasil Ecodiesel afirma que carvoaria é ecológica e só fez queimas de teste no Piauí


TV Cidade Verde - 21 jan 2008 - 07:37 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

A empresa Brasil Ecodiesel entrou em contato com a TV Cidade Verde e Cidadeverde.com para prestar esclarecimentos e rebater as acusações feitas pelo ambientalista Judson Barros, da Rede Ambiental do Piauí. Ele apresentou no Jornal do Piauí da última sexta-feira (18) imagens do Núcleo de Produção Comunitária Santa Clara, que estaria se dedicando a produzir carvão ao invés de mamona para a produção de biodiesel. A empresa nega todas as acusações.

Em nota de três páginas, a Brasil Ecodiesel diz que a unidade instalada no município de Canto do Buriti, região sul do Estado, é considerada uma "carvoaria ecológica", criada como solução para evitar a degradação do solo pelo fogo na retirada da mata para o plantio de mamona. A Unidade de Teste de Produção de Carvão, de acordo com a nota, e só produziu queimas de teste e trabalha em circuito fechado, ou seja, "a fumaça produzida na queima alimenta o leito de secagem da lenha e o vapor produzido retorna para o início do ciclo".

A Brasil Ecodiesel afirma também que, somente após conferir a qualidade do carvão, a empresa decidirá se pedirá licença para produção de carvão para fins comerciais. Durante a denúncia, feita ao vivo no Jornal do Piauí, o chefe de fiscalização do Ibama já havia atestado por telefone que as imagens não caracterizaram produção de carvão, e que já havia feito fiscalização em 2007 no local e não encontrou irregularidades.

A empresa reconhece problemas naturais para a produção de mamona. "No início de dezembro, ocorreu um intenso ataque de lagartas nas áreas de plantio. [...] Apesar do imprevisto, o plantio encontra-se dentro do calendário, bem como do cronograma construído com os parceiros, tendo 30% de área já plantada", diz a nota. Ela afirma ainda que, mesmo em menos hectares, a variedade da mamona cultivada permite um maior número de plantas por área.

Clique aqui e confira a nota da empresa na íntegra [.DOC]

A nota ainda fala sobre a parceria com os trabalhadores rurais. Por contrato, 30% da mamona colhida fica com a Brasil Ecodiesel, e o adiantamento de safra de R$ 160 é referente a essa porcentagem, sendo os outros 70% dos agricultores. A empresa afirma que garante a compra do restante da produção se o trabalhador rural assim o quiser. Na denúncia, Judson Barros diz que as pessoas, devido a uma baixa produção, não estariam conseguindo pagar com mamona esse adiantamento.

Por conta disso, muitos estariam deixando o núcleo, outra informação contestada pela Brasil Ecodiesel. A desistência anual seria de 5%, e há um cadastro de reserva de 114 famílias interessadas em ingressar na área.

No final da nota, a Brasil Ecodiesel lamenta "que um projeto promissor como o do Núcleo possa vir a ser objeto de calúnias, infâmias e imprecações sistemáticas de interesses políticos escusos pela incompreensão quanto ao papel da companhia em sua relação com os agricultores rurais".

redacao@cidadeverde.com