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creditos de carbono

Preço da tonelada do crédito de carbono pode triplicar


Diário de Cuiabá - 29 nov 1999 - 22:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Considerada a vedete do mercado de crédito de carbono, a suinocultura chama atenção de empresas internacionais, que estão de olho no potencial deste setor. Em Mato Grosso, onde a suinocultura se apresenta crescente e altamente tecnificada, não é diferente.

Mas como começar a implantação de um projeto de certificação e qual o melhor caminho para ter mais rentabilidade nesse mercado?

“Primeiramente, é preciso deixar claro que, para gerar os créditos de carbono, o produtor precisa mudar tecnologia e manejo, a fim de reduzir emissão de gases”, explica Ewerson Duarte da Costa, advogado e gestor de recursos ambientais do Instituto Pró Natura Internacional, ONG que desenvolve projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil e no exterior.

“A previsão é de que o preço dessa commodity triplique já no próximo ano. No começo de março, alguns fundos financiadores estavam pagando US$ 10 a tonelada/dia. Esse valor poderá ir a US$ 30 no ano que vem”, avalia o consultor.

Segundo ele, na suinocultura os sistemas de biodigestores vêm sendo apontados como a alternativa mais eficiente.

“O processo permite que o gás metano, liberado na fermentação do dejeto do suíno, seja queimado e resulte no gás carbônico, 23 vezes menos poluente. É aí que está o potencial da suinocultura. Depois do lixo e do combustível fóssil, o dejeto do suíno é o que tem o maior potencial de geração desses créditos”, reforça.

Depois de implantada a tecnologia, os créditos precisam ser medidos para iniciar a próxima etapa: a da certificação. Nela, o produtor precisará respaldar seus créditos pelas normas internacionais.

Na opinião do consultor, a grande questão dentro do negócio é a fonte dos recursos para financiar tanto projetos de geração do crédito como de certificação internacional. Dependendo desse financiador, o lucro do produtor será menor ou maior. ”É preciso ficar atento aos termos dos contratos”, orienta Costa.

Somente a certificação tem custo estimado em R$ 400 mil. Já o valor da implantação da tecnologia limpa - no caso da suinocultura, os biodigestores - varia conforme a dimensão do plantel.